Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título A RECRUDESCÊNCIA DA SÍFILIS NO CONTEXTO PRISIONAL
Autores
SILAS RICARTI MONIZ PACHECO LIMA (Relator)
TANIA CHRISTIANE FERREIRA BISPO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
INTRODUÇÃO: A Sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica, que desafia há séculos a humanidade. Estimativas da OMS afirmam que a cada ano, ocorrem 5,6 milhões de novos casos de sífilis. Dados alarmantes foram divulgados pelo mesmo órgão, informando que a resistência aos efeitos dos antibióticos tem aumentado rapidamente nos últimos anos, reduzindo assim as opções de tratamento. A sífilis pode manifestar-se em praticamente todos os órgãos e sistemas, e, apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, vem se mantendo como problema de saúde pública. Mulheres encarceradas constituem um grupo especialmente vulnerável a infecções, além disso, a rápida disseminação de IST’s em grupos de menor poder aquisitivo é melhor caracterizada quando se avalia sua ocorrência em populações confinadas. Dessa perspectiva, surge a necessidade de descrever a recrudescência da sífilis no contexto prisional. OBJETIVOS: Descrever a situação epidemiológica da sífilis em uma unidade penitenciária feminina, caracterizando a população em estudo. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de campo com abordagem quantitativa, desenvolvido a partir de dados obtidos através da aplicação de questionários estruturados, implementados enquanto ações do projeto de pesquisa intitulado “Ser mulher, estar grávida e presidiária: difíceis caminhos”, realizado em uma unidade penal feminina, nos meses de março a maio de 2017. A coleta de dados foi realizada tendo como referencial teórico metodológico a pesquisa de campo exploratória. RESULTADOS: Até o momento, foram diagnosticadas nove mulheres com sífilis durante a realização da rotina de porta de entrada no serviço penitenciário. A figura feminina criminosa tende a ser de uma mulher jovem, de nível socioeconômico e educacional baixo, desempregada, solteira ou separada, procedente de grandes aglomerados urbanos e com dificuldade de acesso aos serviços básicos de saúde, tendo sido presa, em sua maioria, em razão do tráfico de drogas ou de crimes considerados como baixo potencial ofensivo. Em contrapartida, notou-se, conhecimento satisfatório acerca das formas de transmissão da sífilis. Houveram relatos de discriminação e violência sofridos e/ou praticados, bem como, relatos de exposição à fatores de risco. CONCLUSÃO: Diante deste estudo, considerando que a sífilis tem como único hospedeiro, transmissor e reservatório o homem constatou-se a importância de conhecer em todos os aspectos a população a população exposta à essa patologia.