Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE UMA CRIANÇA QUILOMBOLA COM DESIDRATAÇÃO SECUNDÁRIA À DOENÇA DIARREICA AGUDA
Autores
ANA LÚCIA DA SILVA (Relator)
THAYNARA MYRELLE DE ALENCAR FERREIRA
AMANDA TEIXEIRA OLIVEIRA
CAROLINE NINO ROSA
SAMYLLA MAIRA COSTA SIQUEIRA
CLIMENE LAURA DE CAMARGO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: Caracteriza-se como itinerário terapêutico (IT) o movimento dos indivíduos e seus familiares pelos sistemas formal e informal de saúde na busca por cuidados, bem como a lógica que direciona essa busca, que é culturalmente moldada. Objetivo: Descrever o IT de uma criança quilombola com desidratação secundária à doença diarreica aguda (DDA). Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa realizado em junho de 2014, após aprovação da pesquisa pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal da Bahia (UFBA) sob o protocolo nº nº420.096. O lócus foi a comunidade quilombola de Praia Grande, Ilha de Maré, Salvador-BA e a participante foi uma mãe quilombola, cujo filho menor de 1 ano de idade foi acometido por desidratação como consequência da DDA. Os dados foram coletados a partir de um roteiro de entrevista semiestruturada e analisados pela técnica de análise temática de Bardin. Este estudo é um recorte da dissertação de mestrado intitulada “Itinerários terapêuticos em urgências e emergências pediátricas em uma comunidade quilombola”, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFBA em 2014. Resultados: Conforme relato da participante, o IT se iniciou no subsistema informal a partir dos cuidados domiciliares, traduzidos, dentre outras coisas, na oferta de chá de banana verde e maçã, sendo tais cuidados orientados pela rede de suporte social (vizinhos, amigos e familiares). Após observar que o lactente “só piorava” e depois de ser orientada por um amigo a procurar por um serviço de saúde, caso contrário o menino “amanheceria morto”, a genitora resolveu adentrar o subsistema formal. Para isso, teve que percorrer aproximadamente 14km até o continente em um barco da própria comunidade, sendo acompanhada por um familiar. O menor foi atendido, medicado e a genitora foi orientada quanto aos cuidados domiciliares, contudo a criança não apresentava melhora. Mais uma vez, a genitora levou o filho a outra instituição do subsistema formal e ao ser admitido no hospital, a criança evoluiu com crise convulsiva. Após adentrar o subsistema formal pela segunda vez, o lactente apresentou melhora do quadro. Conclusão: A identificação do IT permite conhecer as formas de cuidado cultural, bem como os percursos e entraves para acessar o subsistema formal, com potencial de formulação de políticas públicas que auxiliem os indivíduos a resolver seus problemas de saúde.