Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título CARACTERIZAÇÃO DA SEXUALIDADE DE MULHERES COM LIBERDADE CERCEADA EM TERESINA - PI
Autores
LÍVIA MARIA MELLO VIANA (Relator)
ELIZAMA DOS SANTOS COSTA
MARIANE RODRIGUES CARVALHO ROCHA
IVANILDA SEPÚLVEDA GOMES
FRANCIDALMA SOARES SOUSA CARVALHO FILHA
IEL MARCIANO DE MORAIS FILHO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Políticas Sociais, Educação e Gestão
Tipo Monografia

Resumo
A saúde é um direito humano e é fundamental que seja incluída na realidade prisional de pessoas detidas sob custódia do estado. A mulher trancada em cárcere privado possui maior risco no processo de adoecimento, pois tende a sofrer com mais intensidade a situação prisional. Tem-se como objetivo caracterizar a sexualidade de mulheres com liberdade cerceada em Teresina - PI. Estudo de natureza exploratória, descritiva de corte transversal com abordagem quantitativa, com amostra de 58 mulheres; método de coleta entrevista semi-estruturada. Os dados foram coletados em outubro de 2015. A faixa etária predominante foi de mulheres com 26 a 35 anos de idade (43%); 44,8% estavam solteiras; 44,8% tem ensino fundamental incompleto, porém 3,4% possui ensino superior completo; onde 84,5% não se encontravam com adequação idade-série; em relação a renda 44,8% eram do lar; com renda 41,4% tinha entre 1 e 2 salários mínimos e 50,0% não dependiam financeiramente de ninguém. De acordo com o conhecimento sobre o tempo a cumprir em regime fechado 70,7% não sabe quanto tempo ficará restrita de liberdade. Quanto ao tempo de pena cumprida 20,7% já tinha cumprido 02 anos. Em relação ao nível de risco quanto a sua situação atual de restrição de liberdade em contrair uma doença sexualmente transmissível, 53,4% das pessoas informaram que seu risco de contrair essas doenças são muito baixos. Conclui-se que as presidiárias são adultas jovens, solteiras; possuem um nível de escolaridade baixo; são mães; trabalhavam antes da prisão; estão na primeira prisão; estão sendo acusadas (provisórias) ou respondendo (condenadas) pelo crime de trafico de drogas e possuem um baixo nível de conhecimento para proteção e prevenção da saúde sexual. Aliado a esse perfil desfavorável, o sistema prisional pode funcionar como um centralizador de condições de alto risco para a aquisição e transmissão de infecções, o que contribui para a alta prevalência de HIV, hepatite e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) entre pessoas detentas. Também faz-se mister ações que promovam a saúde sexual e reprodutiva de mulheres presidiárias não devem se restringir a consultas ginecológicas e distribuição de preservativos. Os espaços institucionais como a escola, os locais de trabalho, a área recreativa, bem como as próprias celas, deveriam ser mais aproveitados pelos enfermeiros para o desenvolvimento de grupos educativos respaldados na construção do conhecimento de forma participativa, dialógica e processual.