Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título A ENFERMAGEM E O TRATAMENTO DA MULHER COM SÍFILIS: NARRATIVAS DE VIDA
Autores
VALÉRIA SILVA DE MELLO (Relator)
ROSÂNGELA DA SILVA SANTOS
Modalidade Comunicação coordenada
Área Políticas Sociais, Educação e Gestão
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: A sífilis descoberta no século XV continua a desafiar a saúde pública com alto índice de acometimentos. Na gestação se torna agravante pela possibilidade da transmissão vertical. Não só o Brasil, mas a comunidade internacional tem grande interesse na erradicação da doença. Muitas iniciativas têm sido organizadas e metas a serem atingidas vêm sendo traçadas para a eliminação da doença. Apesar de todos estes esforços, as metas não foram alcançadas e as notificações epidemiológicas comprovam alto e crescente índice de acometimentos da doença. Objetivos: Identificar, descrever e discutir os fatores que facilitam ou dificultam a realização ao tratamento da sífilis. Metodologia: Estudo exploratório, descritivo e qualitativo, utilizando o método narrativa de vida, com 18 puérperas que transmitiram sífilis a seus conceptos numa maternidade municipal do Rio de Janeiro. A discussão dos resultados foram realizadas conforme a análise temática de Daniel Bertaux. Resultados e discussão: Foram identificadas através das narrativas de vida dificuldades relevantes em relação ao tratamento da sífilis na gestação enfrentadas pelas mulheres durante o pré-natal. Estas dificuldades desencadearam um tratamento inadequado ou incompleto da sífilis na gestação o que acarretou na geração de crianças com sífilis congênita. As dificuldades descritas foram: não realização ou início tardio do pré-natal; falta de informação quanto ao tratamento; falta de participação e tratamento do parceiro; dificuldades econômicas; moradia distante de unidade de saúde para realizar tratamento; falta de benzetacil; demora ou negação do pedido de autorização da benzetacil; problemas com marcação e resultado de exames pelos laboratórios; início de tratamento tardio; fechamento de clínicas da família; falta de conhecimento dos protocolos de tratamento pelos profissionais de saúde; dificuldade de interpretação do resultado dos testes sorológicos da sífilis; falta de continuidade nas consultas; falta de vínculo com profissionais de saúde. Considerações Finais: Os profissionais têm dificuldades em aplicar o protocolo de tratamento do Ministério da Saúde para sífilis corretamente, ou por desconhecimento ou por equívoco. O desafio da erradicação da sífilis depende da competência dos profissionais em ampliar sua atuação para além de uma atitude intervencionista e prescritiva. Não se pode abafar e omitir a ação educativa complementar e minimizar o tratamento ao uso do antibiótico nas doses corretas.