Anais - 19º CBCENF

Resumos

Título INCIDENTES COM ARMAS DE FOGO: GASTOS POR VÍTIMAS DE ARMAS DE FOGO EM MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2008 A 2013
Autores
MARCIELLY DAIANE DE OLIVEIRA (Relator)
ADMILSON COSTA DA CUNHA
Modalidade Pôster
Área Educação, Gestão e Política
Tipo Monografia

Resumo
A violência é quadro crescente e disseminado em nossa sociedade. No Brasil, o número de homicídios superou o de casos ocorridos nos países que estão em guerra. Neste contexto surge o gasto com o atendimento das vítimas de incidentes por armas de fogo (AF), gastos que iniciam com os primeiros socorros e só terminaram com a reabilitação do paciente. Considerando a magnitude das sequelas orgânicas e emocionais produzidas em decorrência da violência, ela alcançou caráter endêmico tornando-se um problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho foi compreender melhor este fenômeno, identificando os óbitos e os gastos gerados com atendimento de vítimas de AF no estado de Mato Grosso no período de 2008 a 2013. Para isso, foram examinados materiais obtidos através do banco de dados Datasus, estes foram tabulados, lançados em tabelas, gráficos e analisados através de coeficiente de relevância (R²). Observou-se que apenas 12% (18) dos municípios informaram óbitos por AF, e que os casos de óbitos notificados não passaram de 21 ao ano no período avaliado, no entanto 8 destes municípios (Barra do Garças, Cuiabá, Poconé, São José do Rio Claro, Sorriso, Rondonópolis e Várzea Grande), foram responsáveis por 89% de todos óbitos ocorridos no estado de Mato Grosso. Quando ignorada a população destes 8 municípios, os demais (133) correspondem a 60% da população do estado e que destes 123 municípios não relataram nenhum óbito no período estudado, revelando um evidente caso de subnotificação. Outro fato observado foi o aumento no número de incidentes por AF nas cidades do interior do estado, com um R²= 0,90, uma forte correlação para o período. Os pacientes que receberam assistência do Sistema Único de Saúde-SUS (serviços hospitalares+assistência profissional), obtiveram uma média de mais de 8 dias de internação, com gasto médio de R$1498,00, e um montante de R$ 1553431,96 no período. Um alto valor gasto se compararmos, por exemplo aos gastos com nascimentos, que possuem uma média de 1,7 dias de internação e um valor médio gasto com assistência de R$541,20. As possíveis subnotificações e a ausência de políticas na área acabam apresentando um alto custo por vezes não previsto pelos gestores. Assim podemos identificar que os incidentes por AF são onerosos ao SUS, e que a existência de dados subinformados além de falsa sensação de estaticidade ou de redução no número de casos impede a adoção de estratégias para melhorar o quadro atual.