Anais - 19º CBCENF

Resumos

Título O ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO A PESSOA VIVENDO COM HIV/AIDS NO SAE/CUIABÁ: UM DUELO ENTRE RAZÃO E EMOÇÃO
Autores
LINEY MARIA ARAUJO (Relator)
AUDREY MOURA MOTA-GERÔNIMO
ROSALINA DA SILVA ALEXANDRE
PAULA FERNANDA LIMA DE MATOS
ANA CAROLINE BEZERRA
Modalidade Pôster
Área Inovação, Tecnologia e Cuidado
Tipo Relato de experiência

Resumo
Estar há mais de duas décadas lada a lado com a morbidade da AIDS, traz reflexões necessárias para a equipe multiprofissional que presta cuidado a esse seguimento, em especial ao ENFERMEIRO, pois cabe a este no Serviço Especializado em IST/HIV/AIDS de Cuiabá (SAE) realizar o primeiro acolhimento a Pessoa Vivendo com HIV/AIDS (PVHA). Nesse momento, fica irremissível ao usuário a volta ao passado, lá no prelúdio da história da doença, anos 80, que a AIDS era sinônimo de homossexualidade, tendo como primeiro rótulo “Câncer gay”. Logo depois, doença de prostitutas (hookers em inglês), hemofílicos, haitianos e heroinômanos (usuários de heroína), conhecida de forma improvisada na época como “Doença dos 5H”, população tida como a escória da sociedade! Apesar da virada do século, com todas as conquistas em torno da temática, cientificamente comprovado o seu total controle e cura através de medicamentos e das efetivas ações de prevenções as dificuldades perduram. É exatamente no primeiro acolhimento, em que o usuário “regurgita” para o enfermeiro todo seu terror a respeito da doença, desde o seu surgimento bem como os pejores vinculados a ela até os dias atuais. A desordem de pensamento e desequilíbrio emocional trazida para o profissional deixa-o de frente com um ser humano totalmente fragilizado, onde não há divisor entre razão e emoção. Tamanha é a gravidade da situação que este se torna indivisível, no profissional e no pessoal, mesmo com todas expertises. Impedir esse duelo no instante do acolhimento vem sendo uma tarefa fatigante, mesmo porque o Enfermeiro também é dotado dos mesmos sentimentos. O grande diferencial está na convicção que o profissional traz a sabedoria científica em torno do HIV/AIDS. Fazer uma ponte de equilíbrio entre esses sentimentos que são interdependentes, mostra ser uma missão laboriosa para o profissional acolhedor, já que se está remexendo em pré-conceitos, valores pessoais individuais tão engessados, vindo muitas vezes da tenra idade e tidos como “verdades absolutas”. Cada ida do usuário ao serviço é um momento ímpar, um recomeço, onde o Enfermeiro busca manter a homeostase desse ser, pois o profissional nunca deve esquecer que entre a razão e a emoção existe uma pessoa que, apesar das adversidades emocionais frente ao HIV/AIDS, é dotado de capacidade intelectual suficiente para rever suas verdades e inverdades sobre a doença e suas variáveis. Assim, estará sempre reconstruindo novas e flexíveis verdades. Nunca absoluta.