Anais - 19º CBCENF

Resumos

Título CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS DE CRACK DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Autores
ROSILENE ALVES DE ALMEIDA (Relator)
GUTENBERG ALVES PEQUENO
ROSANGELA ALVES ALMEIDA BASTOS
FRANCISCA DAS CHAGAS ALVES DE ALMEIDA
ROSIMERY ALVES DE ALMEIDA LIMA
Modalidade Pôster
Área Educação, Gestão e Política
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: O crack é a cocaína na forma sólida que produz efeitos intensos e fugazes de poder e euforia. Seu uso vem se iniciando em idades cada vez mais precoces, alastrando-se pelo país e por todas as classes sociais, com facilidade de acesso e quase sempre antecedido do consumo de álcool e/ou tabaco, trazendo consequências desastrosas e, por vezes, irreversíveis para o usuário, família e sociedade. Nesse sentido, são necessários estudos que descrevam o perfil dos usuários de crack que norteiem a implementação de políticas públicas voltadas a esse público. Objetivo: descrever o perfil sóciodemográfico dos usuários de crack acompanhados pelo Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas (APSad) de um município Paraibano, de modo a fornecer informações que possam subsidiar os gestores no processo de tomada de decisão. Metodologia: pesquisa descritivo-exploratória de abordagem quantitativa, de caráter retrospectivo e em fonte documental para analisar o período de Fevereiro de 2010 a Junho de 2013. Os dados foram coletados num CAPSad da Paraíba, obtendo-se uma amostra de 358 prontuários. A análise a estatística descritiva foi feita no R versão 3.2.3. A pesquisa é parte de um projeto maior e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba sob Protocolo nº 0590/2013 e CAAE: 23077913.0.0000.5188. Resultados: entre os usuários de crack a maioria era do sexo masculino (81,2%), na faixa etária dos 21 aos 30 anos de idade (47,5%), solteiros (73,5%), autodeclarados pardos (69,0%), analfabetos ou com ensino fundamental incompleto (59,8%), estudantes (96,9%), trabalhavam (61,4%), 67,3% tinham envolvimento com a justiça, 61,7% passaram por uma internação, 67,0% tinham antecedentes familiares de consumo de crack, 11,2% viviam em situação de rua, 45,0% eram acompanhados pelo CAPSad na modalidade intensiva e em igual proporção na semi-intensiva de tratamento, a média de tempo de consumo de crack entre eles foi de 6,8 anos (DP=5,9). Conclusão: A dependência química é temerosamente conhecida como um transtorno crônico e de difícil recuperação. A falta de apoio familiar aliada e a ausência de autocontrole para atingir os objetivos de parar de beber são os principais fatores que contribuem para as recaídas, sendo necessárias estratégias que visem o trabalho em rede, com a articulação de vários serviços (educação, segurança, saúde, serviços sociais) e a ampliação da atenção integral a com base no perfil usuários de drogas.