Anais - 19º CBCENF

Resumos

Título INCAPACIDADES DECORRENTES DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
Autores
YORINNE SAYURI HATAKEYAMA OLIVEIRA (Relator)
LIGIA REGINA DE OLIVEIRA
Modalidade Pôster
Área Inovação, Tecnologia e Cuidado
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução - Os acidentes de trânsito atingem predominantemente a população trabalhadora, jovem adulta e do sexo masculino, que se traduz em perdas de vidas precoces e sequelas com alto custo para a sociedade, família e indivíduo, resultando em um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Embora existam muitos estudos que abordem a morbimortalidade por esse agravo, pouco se conhece sobre suas consequências. Objetivo - Caracterizar as incapacidades em vítimas de acidentes de trânsito. Metodologia - Estudo transversal a partir de uma amostra de vítimas de acidentes de trânsito atendidas em setembro de 2014 em unidades de urgência e emergência em 14 municípios de Mato Grosso, Brasil. Foram entrevistados, em residência, 345 indivíduos cujas incapacidades foram classificadas a partir dos componentes da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF): 1) função do corpo; 2) estrutura do corpo; 3) atividade e participação e 4) ambiente. Resultados - Predominou o sexo masculino (66%) e idade média de 32,4 anos; 21% eram acidentes de trabalho. Cerca de 64% das vítimas apresentaram problemas em relação às funções e estruturas do corpo. Entre as funções do corpo se destacaram as sensoriais e dor e as neuromusculoesqueléticas. A incapacidade de desenvolver atividades de mobilidade como mudar a posição do corpo, andar, levantar e carregar objetos e predominou (43%); além dessas, realizar cuidados pessoais (16%) e desempenhar outras atividades da vida doméstica (11%) também se destacaram. Em relação aos fatores ambientais que facilitam ou prejudicam o desempenho do indivíduo, prevaleceu como fatores facilitadores o apoio e relacionamentos (45%) enquanto os serviços, sistemas e políticas (52%), destacando-se as áreas de saúde e emprego, atuaram como barreira para um bom desempenho de suas atividades e/ou participação social. Conclusão - O conhecimento sobre as vítimas não fatais de acidentes de trânsito deve ir além do que ocorre no escopo biológico. Saber como o indivíduo enfrenta as incapacidades decorrentes desses agravos e quais as barreiras e limitações impostas pelo ambiente em que vive pode contribuir substancialmente para a melhoria do cuidado em saúde e principalmente para a qualidade de vida dessas pessoas. Considerando o pouco uso da CIF no Brasil e o desconhecimento de suas possibilidades de aplicação nos serviços de saúde espera-se que os resultados aportados instiguem profissionais e gestores para sua aplicação.