Anais - 19º CBCENF

Resumos

Título A PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM QUILOMBOLAS: DISTRIBUIÇÃO DOS FATORES DE RISCO SEGUNDO O GÊNERO
Autores
EDIÁLIDA COSTA SANTOS (Relator)
LUIZ CÉSAR NAZÁRIO SCALA
AGEO MÁRIO CÂNDIDO DA SILVA
Modalidade Pôster
Área Inovação, Tecnologia e Cuidado
Tipo Dissertação

Resumo
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um importante problema de saúde pública. Estudos coincidem em mostrar altos índices desta patologia em indivíduos de raça/cor negra, contudo nenhuma pesquisa foi realizada em quilombolas do Estado de Mato Grosso. O escopo deste texto é apresentar a prevalência de HAS e alguns fatores associados, de acordo com o gênero, em população residente na comunidade rural de remanescentes de Quilombos de Mata Cavalo, município de Nossa Senhora do Livramento, Mato Grosso, Brasil. Este texto é um trecho da análise da dissertação de mestrado em Saúde Coletiva. Trata-se de um estudo de corte transversal que abrangeu toda a população adulta com idade ≥ 18 anos, residente na comunidade quilombola e cadastrada no programa de Estratégia de Saúde da Família (ESF) no ano de 2012, que tinha 100% de cobertura. Foram obtidos dados demográficos, socioeconômicos, de hábitos de vida, medidas antropométricas e de pressão arterial. A hipertensão foi definida pelo critério ≥140/90 mmHg, ou uso de medicação anti-hipertensiva. O Índice de Massa Corporal (IMC) e a Circunferência da Cintura (CC) foram categorizados de acordo com a recomendação da Organização Mundial de Saúde. Os dados serão apresentados por gênero de acordo com as categorias analisadas. A análise de 81,5% da população, apresentou a prevalência total de HAS de 52,5%, com discreto e não significativo predomínio de mulheres [57,0% vs 48,1%; IC(95%): 0,67- 1,06]. A média de idade e proporção de analfabetos foi semelhante entre homens e mulheres, contudo entre as mulheres foram maiores o percentuais de sedentarismo estando em 37,5% no trabalho e de 91,4% no lazer, enquanto que entre os homens foram de, respectivamente, 12% e 75,9%. As mulheres ainda apresentaram valores médios de IMC e CC superiores aos dos homens. A hipertensão arterial apresentou elevada prevalência na comunidade quilombola estudada. Os resultados observados sugerem a importância dos programas de saúde pública no acompanhamento de quilombolas para o melhor controle da doença, com atenção também aos fatores de risco relacionados à HAS em mulheres.