Anais - 19º CBCENF

Resumos

Título CUIDADO DE ENFERMAGEM À PRIVADOS DE LIBERDADE: OS AGENTES PROMOTORES DE SAÚDE
Autores
ISABELE TORQUATO MOZER (Relator)
LUMA NATALIA BARBOSA RODRIGUES
CRISTYANE APARECIDA COSTA BAEZ
Modalidade Pôster
Área Inovação, Tecnologia e Cuidado
Tipo Relato de experiência

Resumo
O presente estudo objetiva relatar a experiência de profissionais de saúde do sistema prisional na implementação de um projeto nomeado “Agentes Promotores de Saúde” em uma unidade penitenciária na cidade de Cuiabá-MT, no ano de 2014. A experiência dentro das unidades prisionais pode ser considerada enriquecedora tanto ao profissional de saúde ali inserido como para as pessoas que estão reclusas. Neste sentido, o projeto não se configura como pesquisa de campo, apenas compõe um relato de experiência das autoras. Pensado com base na Lei Interministerial 1.777/2003, o projeto teve como finalidade a implementação de agentes promotores de saúde dentro de unidades prisionais. Para tanto, a equipe de saúde selecionou reeducandos para treinamento de ações de prevenção e promoção à saúde dentro do ambiente prisional, como estratégia de comunicação da equipe de saúde com os privados de liberdade. Os escolhidos deveriam possuir um perfil para a função do agente promotor de saúde, como sensibilidade para acolher o sujeito que ali precisa de cuidados de saúde. Após apreciação e aprovação dos gestores locais, foram selecionados cinco reclusos para treinamento das ações de promoção à saúde, cuja principal objetivo era auxiliar a equipe de saúde na identificação dos principais agravos de saúde dos demais reeducandos. Inicialmente, o projeto sofreu grandes resistências por parte dos trabalhadores, tanto profissionais de saúde como àqueles ligados ao sistema de segurança, uma vez que compreender o reeducando como caminho de possibilidades muitas vezes pode ser considerado uma tarefa árdua e difícil. O projeto destaca-se pela possibilidade de conhecer mais profundamente o universo dentro das unidades prisionais, uma vez que o profissional de saúde não convive diretamente com os reeducandos. Quando escolhemos alguém que seja também recluso como elo entre os profissionais de saúde e eles, estamos estabelecendo um caminho de voz que possibilita a transformação destes sujeitos, inclusive no que tange a promoção de autocuidado e cuidado à saúde coletivo. Sabendo que os índices apontam um crescimento latente da população carcerária, os profissionais de enfermagem que atuam neste espaço devem construir projetos que visem a implementação de estratégias que vão para além do modelo praticado para o cuidado a saúde desta população especifica: um cuidado que aponte para um caminho da transformação dos sujeitos inseridos em um universo de múltiplos enfrentamentos e dificuldades.