A violência conjugal consiste em qualquer ação ou omissão baseada em gênero, perpetrada pelo parceiro ou ex-parceiro íntimo, que gere danos à mulher. Por conta dessas repercussões, o fenômeno tem sido alvo de investigações em todo o mundo, revelando a necessidade de conhecer acerca do mesmo. Desvelar as expressões da violência conjugal vivenciadas por mulheres em processo judicial. Pesquisa qualitativa, vinculada ao projeto intitulado “Reeducação de homens e mulheres envolvidos em processo criminal: estratégia de enfrentamento da violência conjugal”, financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia em parceria com a Secretaria de Segurança Pública que utilizou como referencial metodológico a Grounded Theory. Os dados foram coletados em duas Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, localizadas no nordeste do Brasil. Realizou-se entrevista com dois grupos amostrais, totalizando 37 participantes. O estudo revelou o cotidiano de violência conjugal aos quais as mulheres em processo judicial estiveram expostas durante o relacionamento íntimo, expresso nas formas: patrimonial, psicológica, moral, sexual e física. Tais achados podem nortear estratégias para qualificação profissional no sentido de sensibilizar profissionais para o reconhecimento do agravo, independentemente de suas formas de expressão. Urge uma gestão política que priorize o enfrentamento da violência doméstica, sobretudo a partir do preparo profissional para reconhecer o agravo, condição essencial para o empoderamento da mulher em busca de uma vida livre de violência. |