Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título A PERCEPÇÃO DAS MULHERES VÍTIMAS DE ESCALPELAMENTO EM RIOS DA AMAZÔNIA
Autores
LAILA GISELLE FERNANDES FARIAS (Relator)
ANDRÉA DA SILVA DE SOUZA
LUCIENE BRITO DA SIVA
CLAUDIA VALERIA COELHO FARIAS
MÁRCIO BASTOS TEIXEIRA
Modalidade Pôster
Área Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo Monografia

Resumo
INTRODUÇAO: A região do alto Amazonas, especificamente, especificamente nos Estados do Pará e Amapá, possui um fluxo intenso das hidrovias, na qual a população ribeirinha utiliza os barcos como meio de transporte para deslocar-se a outra cidade e/ou região. O escalpelamento é um acidente muito comum nessa região, que consiste em uma lesão extremamente grave, causando avulsão parcial ou total do couro cabeludo de mulheres, crianças e idosos, decorrente do contato dos cabelos longos com o eixo do motor desprotegido¹. A alta rotação desses motores gera uma força que suga os cabelos da vítima, tracionando e arrancando o couro cabeludo, orelhas, sobrancelhas e a porção cutânea da região frontal de forma abrupta²,³. Os principais problemas enfrentados por essas vítimas é a dificuldade de aceitar a nova realidade, o preconceito e a exclusão do meio social. A expectativa para essas mulheres é que as cirurgias reparadoras tragam como resultado, além da estética, a recuperação da autoestima e ainda ajude a minimizar os preconceitos. OBETIVOS: Descrever a percepção das mulheres vítimas de escalpelamento no Amapá quanto ao procedimento cirúrgico. METODOLOGIA: Trata-se de uma abordagem qualitativa na perspectiva da fenomenologia, realizada com mulheres vítimas de Escalpelamento residentes na cidade de Macapá. RESULTADOS: A partir das variáveis sócio-demográficas, observa-se que a idade das mulheres entrevistadas varia entre 30 a 60 anos, havendo o predomínio da faixa etária entre 14 a 40 anos, que representou 60% das entrevistadas. Evidenciou-se, ainda que 70% das mulheres entrevistadas são casadas, ou vivem em regime de união estável. Houve predominância do catolicismo como religião, com 80%. No que tange a profissão, 80% das entrevistadas são domésticas e trabalham no próprio lar. CONCLUSAO: O tratamento dessas vítimas, quando efetivo, é longo, uma vez que inclui várias jornadas de cirurgias reparadoras, além de tratamento psicológico, pois as vítimas sofrem pelas sequelas estéticas e pela discriminação da sociedade. O apoio emocional e os cuidados da família e amigos com as pacientes escalpeladas, são fatores essenciais para a sua recuperação. Nesse contexto, a enfermagem contribui na promoção da saúde e reabilitação, prestando cuidado sistematizado, minimizando as situações decorrentes desse processo cirúrgico.