Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título PRÁTICA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL: EXPERIÊNCIA EM HOSPITAL-DIA E CLÍNICA PSIQUIÁTRICA
Autores
JAIZA SOUSA PENHA (Relator)
LUANA KAROLINE CORDEIRO CASTRO TAVARES
ALISSON ROBERTH SILVA SANTOS
FERNANDO ANTONIO DA SILVA SANTOS
FRANCISCO BRAZ MILANEZ OLIVEIRA
Modalidade Pôster
Área Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo Relato de experiência

Resumo
A Reforma Psiquiátrica consiste em um desejo de se transpor as barreiras dos chamados manicômios, contribuindo para a desinstitucionalização dos usuários¹. Fundamenta-se basicamente em diminuir os leitos dos hospitais psiquiátricos, lançando mão de alternativas como os Hospitais-Dia, as Residências Terapêuticas, os CAPS, RAPS, entre outros. O objetivo deste relato baseia-se em comparar algumas percepções obtidas em práticas acadêmicas em duas instituições psiquiátricas: um Hospital-Dia e uma clínica psiquiátrica. Trata-se de um estudo descritivo realizado durante as práticas da disciplina Saúde Mental no segundo semestre de 2014. Os alunos vivenciaram algumas semanas em uma clínica de internação psiquiátrica e as restantes em um Hospital-Dia, ambos localizados em São Luís – MA, convivendo com os pacientes, participando de suas atividades diárias, observando comportamentos, rotina de cuidados, além de realizar anamnese em alguns deles. Na clínica, os internos possuíam patologias diversas, incluindo distúrbios do humor, de personalidade, dependência química, etc. A unidade era provida de boa estrutura física; os pacientes eram separados por sexo nos dormitórios; as refeições também eram servidas em momentos diferentes para homens e mulheres. Durante o dia, realizavam atividades cognitivas como teatro, artesanato, etc., além de receberem acompanhamento multidisciplinar e medicações prescritas. Entre os relatos dos pacientes, as principais queixas estão em torno da solidão, do abandono de seus familiares e da sensação de isolamento. Já o Hospital-Dia possuía estrutura menor, tanto em capacidade física, quanto ao número de clientes atendidos em relação à clínica. Lá eles não eram separados por sexo; realizavam atividades parecidas com as da clínica: pintura, orações diárias, teatro, etc. Chegavam às oito horas da manhã e retornavam para as suas casas no final do dia, às 18 horas. Comparando os pacientes internados nas duas unidades, notou-se que aqueles do hospital dia possuíam uma capacidade de socialização maior, conseguindo se comunicar melhor com os alunos, além de manterem relações interpessoais entre si e seus familiares. Desse modo, percebe-se o quão é importante a existência desse tipo de estabelecimento de saúde como alternativa para a desinstitucionalização, destruindo o paradigma que percebe a loucura como sinônimo de incapacidade ou periculosidade², proporcionando então a (re) inserção dessas pessoas na comunidade.