Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título OPÇÃO PELO PARTO NORMAL OU CESÁREA: ANÁLISE DE CONTRADIÇÕES
Autores
DJANILSON KLEBER DA ROCHA BARRETO (Relator)
DANIELLE BARROS PIRES DE MENESES
CLAUDIA MARIA RAMOS MEDEIROS
Modalidade Pôster
Área Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: No Brasil, nascem por meio de cesarianas quatro entre dez crianças, na maioria das vezes agendadas pelas mães e obstetras bem antes do final da gestação. Os fatores para o número elevado de cesáreas são conforto para o médico de uma cirurgia agendada, em contraponto a imprevisibilidade do parto normal, a incerteza dos profissionais sobre sua capacidade de conduzir complicações no trabalho de parto, a falta de preparação da mulher para o parto durante o acompanhamento pré-natal e a ausência de parteiras nas equipes profissionais. Método: Estudo exploratório de abordagem quantitativa em que participaram 270 gestantes no terceiro trimestre de gestação. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, em uma maternidade pública no Município de João Pessoa/PB. Resultados: A opção de parto normal é mais comum nas faixas etárias abaixo de 30 anos. 34,8% afirmaram ter planejado a gestação e 65,2% que disseram não ter planejado, dessas, 58,52% aceitaram a gravidez e 41,47% afirmaram não querer o filho ou não ter condições de criar. As mulheres que experimentaram anteriormente apenas o parto normal responderam que a sua preferência continuava sendo por essa via de parto. Das que experimentaram os dois tipos de parto, a maioria deu preferência à cesárea. Entre 76 mulheres que haviam se submetido ao parto normal, 81,6% afirmaram que as expectativas foram alcançadas e queriam novamente ter um parto normal. A maioria delas atribuiu ao parto normal mais pontos positivos do que negativos. Discussão: A opção pela cesárea muitas vezes se dá por desinformação em relação ao parto vaginal e sobre a indicação. O desconhecimento sobre os tipos de parto podem ser reflexo da falta de acesso às informações durante o pré-natal. Percebeu-se também uma relação entre um maior grau de escolaridade e escolha por via de parto cesáreo, sobretudo nas mulheres com ensino superior completo. O fato de não planejar a gravidez não implica caracterizá-la como indesejada, uma vez que há a aceitação da gestação por parte da gestante e seus familiares. Conclusões: Podemos perceber que as expectativas das gestantes em relação ao tipo de parto são construídas ao longo de suas vidas e moldadas a partir de uma série de fatores, que abrangem questões socioculturais e a história obstétrica. Por esses aspectos o pré-natal deve ser valorizado no sentido de tentar reverter à concepção que a cultura brasileira ainda dissemina em relação à cesariana e seus desdobramentos.