Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título ATRÁS DAS GRADES: GÊNERO E SEXUALIDADE ENTRE MULHERES SOB PRIVAÇÃO DE LIBERDADE NA PARAÍBA
Autores
HELLEN APARECIDA SILVA PONTE (Relator)
LIZANDRA VIRGINIA BORGES FONSECA
GIGLIOLA MARCOS BERNARDO DE LIMA
Modalidade Pôster
Área Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo Pesquisa

Resumo
O cenário prisional é um atmosfera cada vez mais presente em nosso cotidiano. As mulheres fazem parte desta atmosfera prisional, embora em menor quantidade, porém em porção superiormente crescente em detrimento a população prisional masculina. A mulher possuem maior particularidade e se apresenta mais vulnerável a agravos psicológicos e físicos decorrentes do ambiente de cárcere. Diferentemente do sexo masculino, mulheres sob privação de liberdade, não costumam receber apoio de seus companheiros, e, por consequência, geralmente, tem a vivencia da sexualidade fragilizada. Este estudo teve por objetivo analisar a vivencia da sexualidade após a privação da liberdade entre mulheres em um Centro de Reeducação Feminino da Paraíba. O delineamento metodológico deste estudo tem por embasamento a abordagem quanti-qualitativa do tipo exploratória e descrita realizado em um Centro de Reeducação Feminino Penal da Paraíba. Utilizou-se como instrumento para coleta de dados um roteiro de entrevista do tipo semiestruturado contendo quarenta e cinco questões. Foram aplicados 217 questionários o que correspondeu a 65% do universo de mulheres sob privação de liberdade na referida instituição em 2013. Os resultados da pesquisa apontam que 65% das mulheres permaneceram atraídas por homens após a prisão, 11% das mulheres após a prisão tiveram preferência por mulheres, 8% se sentiram atraídas por ambos os sexos e 13% relatam não se sentir atraídas por nenhum sexo. Cerca de 85% da mulheres possuíam relacionamento estável antes da prisão e apenas 36% do total permaneceram com seus companheiros. Os resultados apontam necessidade de orientações no contexto biopsicossocial envolvendo equipe interdisciplinar, enfatizando o resgate da autoestima, da feminilidade, da identidade de gênero, por vezes perdida no ambiente penal. Além das limitadas condições gerais do cotidiano e dos agravos psicológicos que assolam mulheres em restrição de liberdade, a separação dos companheiros, as mudanças de identidade de gênero, entre outros, fragilizam a saúde física e mental. É preciso atentar para a população feminina sob privação da liberdade e investir em maiores ações de saúde a esse público a fim de garantir o direito humano fundamental a saúde no cárcere a luz da dignidade e cidadania.