Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título MÁ QUALIDADE DO SONO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO: RELAÇÃO COM SÍNDROME METABÓLICA
Autores
NATHALIA COSTA GONZAGA SARAIVA (Relator)
ALINE SILVA SANTOS SENA
ALEXSANDRO SILVA COURA
FÁBIO GALVÃO DANTAS
CARLA CAMPOS MUNIZ MEDEIROS
Modalidade Pôster
Área Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo Monografia

Resumo
Introdução: A privação parcial ou crônica do sono na criança e adolescente resulta em alterações endócrinas e metabólicas, que aumentam a fome e o apetite, além de causar indisposição para atividade física. Poucos estudos avaliaram a qualidade do sono em crianças e adolescentes e a repercussão dos distúrbios do sono na saúde de indivíduos com excesso de peso, especialmente na gênese da síndrome metabólica (SM). Objetivo: Avaliar a qualidade do sono e sua associação com a SM e seus componentes. Método: Estudo transversal, realizado de Junho de 2011 a Março de 2012, no Centro de Obesidade Infantil (COI), Campina Grande/Paraíba, Brasil. Foram incluídas 135 crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade. A qualidade do sono no mês anterior a entrevista foi avaliada pelo formulário Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI). O PSQI é integrado por sete componentes: qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, distúrbios do sono, uso de medicamento para dormir e disfunção diurna. A pontuação global pode variar de 0 a 21 pontos e, quando superior a 5, classifica-se com má qualidade do sono. Para o diagnóstico de SM, considerou-se circunferência abdominal, pressão arterial, glicemia, colesterol HDL e triglicerídeos. Os dados foram analisados no SPSS versão 22.0, sendo adotado um nível de significância de 5%. Resultados: 56,3% era do sexo feminino, 64,4% foi classificada com obesidade acentuada e 76,3% era adolescente, sendo a média da idade de 12,7 anos (± 3,4; 5,0 – 20,0). A prevalência de má qualidade do sono pelo PSQI foi 40,7% e a média do escore global PSQI foi significativamente maior no sexo feminino. A média do escore disfunção diurna foi significativamente maior no sexo feminino. A prevalência de SM foi 63%. Não foi identificada associação entre o PSQI e componentes e a SM, inclusive na avaliação por sexo. Na análise de regressão logística entre PSQI e os componentes da SM, foi encontrada uma chance de até 2,5 de ter pressão arterial diastólica (PAD) elevada (p=0,018; IC95%: 1,17-5,43) entre os adolescentes com má qualidade do sono em relação aos que tinham uma boa qualidade do sono. Conclusão: As meninas apresentaram um maior escore global do PSQI e associação com a disfunção diurna. Não houve associação entre qualidade do sono e SM nas crianças e adolescentes, obesas ou com sobrepeso, avaliadas. Em adolescentes com má qualidade do sono, a chance de ter PAD elevada foi significativamente maior.