Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO: OLHAR SOBRE A ASSISTÊNCIA RECEBIDA
Autores
DANYELLE LEONETTE ARAÚJO DOS SANTOS (Relator)
AMANDA BARBOSA DA SILVA
ROSINEIDE SANTANA DE BRITO
Modalidade Pôster
Área Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: a maioria dos países da América Latina, inclusive, o Brasil, apresenta restrições legais à prática do abortamento. Este fato colabora para sua realização de forma insegura, predispondo à mulher a riscos e agravos à saúde. Embora requeiram assistência obstétrica pós-abortamento, as mulheres protelam a busca por este atendimento, devido aos receios de serem estigmatizadas e tratadas com preconceitos por parte dos profissionais de saúde que as atendem. Objetivo: identificar a visão de mulheres sobre a assistência recebida pós-abortamento. Metodologia: estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa, realizado junto a 11 mulheres em situação de abortamento provocado. A coleta de dados ocorreu em uma maternidade pública de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, nos meses de março a agosto de 2013, por meio de entrevista semiestruturada. As respostas foram tratadas conforme Análise de Conteúdo, segundo Bardin, seguindo a técnica de categorias temáticas. Assim sendo, identificaram-se as unidades de significados, que uma vez codificadas e categorizadas, originaram duas categorias: “Atitude profissional percebida como aceitável” e “Atitude profissional percebida como inaceitável”. Salienta-se que o estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com parecer número 218.209/2013.Resultados: as entrevistadas apontaram aspectos positivos inerentes aos cuidados recebidos na ocasião do abortamento, fato essencial para que revelassem a ocorrência da prática abortiva. Contudo, as falas mostram que, em alguns momentos, a assistência infringiu preceitos éticos, devido às concepções sociais dos profissionais acerca do fenômeno do abortamento. Algumas participantes relataram ter sofrido julgamentos e preconceitos por parte de profissionais, sobretudo, da classe médica, os quais priorizavam o atendimento a parturientes e as fazia esperar longo período para realização da curetagem uterina. Conclusão: a assistência prestada à mulher em situação de abortamento provocado, apesar do caráter de positividade, precisa ser revista. Assim, é imperativo aos profissionais de saúde refletirem sobre sua atuação nesse contexto, visando minimizar angústias inerentes a prática abortiva, bem como estabelecer formas de esclarecer às mulheres a evitarem novas gravidezes indesejadas e outros episódios de abortamentos.