Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título HIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO
Autores
JÉSSICA DE CARVALHO SANTOS (Relator)
ARTUR ALVES DA SILVA
ACÁSSIO DOS SANTOS AMORIM VIANA
ANANDA ARIANE JANUÁRIO DO NASCIMENTO
ROSANE SILVIA DAVOGLIO
Modalidade Pôster
Área Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo Pesquisa

Resumo
INTRODUÇÃO: As populações ribeirinhas, geralmente, têm acesso menor aos serviços de saúde, bem como piores desfechos quando comparadas com as populações das cidades. As mudanças do perfil de morbimortalidade da população brasileira também puderam ser observadas entre a população do campo, sendo que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) tornou-se mais prevalente, o que repercute em aumento de doenças cardiovasculares. Essa transformação está relacionada ao crescimento da população idosa, a ausência de prática de atividades físicas, ao etilismo, ao fumo e ao consumo de alimentos industrializados, que se difundiram até mesmo entre as populações do campo. OBJETIVO: Conhecer a prevalência de HAS autorreferida em populações adultas de comunidades ribeirinhas do Submédio São Francisco. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico descritivo, de base populacional, desenvolvido no contexto de um projeto de extensão. Foram estudadas populações ribeirinhas de três municípios, Casa Nova, Remanso e Sobradinho, localizados na região do Submédio São Francisco, no semiárido baiano. Aplicou-se um questionário estruturado para 141 pescadores artesanais e agricultores de um assentamento às margens do rio São Francisco, que desenvolviam atividades de piscicultura, investigando características sociodemográficas, relacionadas ao estilo de vida e à história clínica. As análises foram realizadas por estatística descritiva no Stata 9.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Vale do São Francisco. RESULTADOS: Os participantes da pesquisa possuem em média 41 anos de idade, 6,7 anos de estudos e renda familiar de 1 salário mínimo. Houve predomínio de participantes do sexo feminino (82,3%), da cor parda (56,74%), casados/união estável (40,43%).A prevalência de HAS foi de 29,08%. Dos hipertensos, 24,39% apresentaram Diabetes Mellitus associado; 7,32% são tabagistas e 31,71% já fumaram no passado; 24,39% consomem bebidas alcoólicas; 53,66% não praticam atividade física regulamente. CONCLUSÃO: A prevalência de HAS encontrada entre as populações ribeirinhas do Submédio São Francisco foi maior do que a da população brasileira. O menor acesso a informações e a cuidados da Atenção Primária à Saúde contribuem para essa situação. Dessa forma, são necessárias atuações interdisciplinares que abordem as múltiplas dimensões da saúde, incluindo o empoderamento desses grupos, visando garantir o cuidado integral e a redução da vulnerabilidade das populações ribeirinhas.