Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título A ESCUTA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: O SOFRIMENTO DOS PROFISSIONAIS
Autores
NAUÃ RODRIGUES DE SOUZA (Relator)
JESSICA THAMIRES DA SILVA MELO
LAISA DE VERAS DOS SANTOS
RAQUEL RUFINO SILVA
LYGIA MARIA PEREIRA DA SILVA
Modalidade Pôster
Área Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo Monografia

Resumo
Introdução: A violência em criança e adolescente constitui um problema silencioso devido à estigmatização, o medo de represálias e o preconceito, tendo como característica peculiar o segredo. Por isso é necessário valorizar a subjetividade da vítima. Neste contexto, a escuta qualificada é uma estratégia de suma importância, especialmente quando recorre a uma metodologia mais humanizada e que evite a revitimização. Os relatos geralmente comportam uma temática angustiante e que repercute, emocionalmente nos entrevistadores. A enfermagem, enquanto uma pratica social, deve se apropriar de maior conhecimento sobre a temática em estudo e estabelecer no seu processo de trabalho a dimensão cuidadora na perspectiva do cuidado individual e coletivo. Objetivo: O presente estudo objetivou compreender como a escuta de crianças/adolescentes, através da metodologia do depoimento acolhedor, repercute emocionalmente nos entrevistadores. Metodologia: Trata-se de um estudo fundamentado numa abordagem qualitativa de natureza exploratória. A coleta de dados foi realizada em novembro de 2013 por meio do grupo focal, os sujeitos do estudo foram dez membros do Poder Judiciário em sua prática atuam com a metodologia específica do depoimento acolhedor. Foi desenvolvido na Central de Depoimento Acolhedor de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência de Pernambuco. Os dados foram organizados e analisados segundo a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados e Discussão: Os sujeitos do estudo tinham idade entre 28 e 49 anos, sendo oito do sexo feminino e dois do sexo masculino. A partir do discurso dos sujeitos, foram obtidas cinco Ideias centrais: A segurança técnica proporcionada pelo protocolo; Sentimento de incapacidade associado à realização da entrevista; Artifícios para proteção diante do sofrimento do trabalho; Necessidade de apoio psicológico para trabalhar o sofrimento ocasionado pela profissão. Conclusão: É necessário um preparo emocional dos profissionais que realizam a escuta, assim como o conhecimento da problemática acerca do abuso de crianças e adolescentes, para desenvolver uma técnica eficaz no intuito de realizar uma assistência eficiente.