Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título TRANSTORNO MENTAL COMUM E RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA
Autores
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO DE SOUSA NÓBREGA (Relator)
MARTA FRANCISCA TRIGO FERNANDES
Modalidade Pôster
Área Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo Pesquisa

Resumo
No contexto da AB destaca-se a ocorrência de Transtornos Mentais Comuns (TMC), caraterizados por queixas somáticas, que gera incapacidade funcional. No Brasil a prevalência oscila de 28,7% a 50%. O Relacionamento Terapêutico (RT) constitui instrumento básico da enfermagem em saúde mental e pode ser aplicado em qualquer cenário. Objetivos: Identificar pessoas com TMC, desencadeadores de sofrimento emocional, estratégias objetivas e subjetivas de enfrentamento e resposta a aplicação do RT. Método: estudo quantitativo, com 112 prontuários de clientes atendidos de novembro/2012 a dezembro/2014, em proposta de Saúde Mental constituída em uma Unidade Básica de Saúde da região metropolitana de São Paulo. Baseado no escore ≥ 6 pontos da escala Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) 4, de rastreio de TMC o usuário insere-se na proposta do RT, desenvolvido por enfermeiro especialista em saúde mental, com média 4 a 18 sessões, em encontros semanais e/ou quinzenais, de 50 minutos, seguido de Grupo Terapêutico. Resultados: Da amostra 83,93% eram mulheres, de 45 e 82 anos, com média de 65,78 anos. A frequência de sintomas relacionados ao TMC foi expressiva nos quatros grupos do SRQ-20 com escore variando de 7/8, e afirmativas de 100% de acordo com cada grupo. Os eventos estressores foram problemas de ordem familiar 30,36% e condições de saúde 32,35%. Após o RT com média de sete sessões por pessoa, pelo SRQ-20 constatou-se que 100% dos clientes diminuíram o escore para ≤3. Em relação às perspectivas de futuro 25,89% vislumbravam melhora de sua saúde, faziam planos de continuar trabalhando/comprar a casa própria, viajar 20,54%, melhorar o convívio familiar 16,07%, não conseguiam ver-se fora dos problemas/sem perspectivas 14,28%. O acolhimento, a escuta, a responsabilização pela trajetória dos indivíduos, constituem ferramentas e estratégias de intervenções terapêuticas de cuidado em Saúde Mental na Atenção Básica. Conclusão: O RT possibilitou aos usuários ressignificação do sofrimento emocional, muitas vezes incompreendido pelas equipes de saúde, evidenciado na fragmentação do cuidado e na lógica dos encaminhamentos. O estudo mostra que a implantação de ações de saúde mental na Atenção Básica (AB) possibilita ampliar o campo da Atenção Psicossocial e desperta para o cuidado em saúde mental na prática do enfermeiro generalista, garantindo intervenção no mesmo espaço destinado a outras demandas de saúde.