Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título ADAPTAÇÃO E REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMAS DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL
Autores
CYNTHIA ROBERTA DIAS TORRES SILVA (Relator)
ELAINE MARIA LEITE RANGEL ANDRADE
Modalidade Comunicação coordenada
Área Educação, política e vulnerabilidade social
Tipo Pesquisa

Resumo
A confecção da estomia e a convivência com o equipamento coletor geram sentimentos conflituosos ao estomizado, exigindo a adoção de inúmeras medidas de adaptação e reajustamento às atividades cotidianas.Ademais, o processo de adaptação ao novo padrão fisiológico ocasiona sentimentos de deteriorização às relações afetivas, sociais e laborais, observados por estágios emocionais de negação, decaimento da autoestima, sensação de mutilação, rejeição de si próprio e dos familiares. Trata-se de um estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa, que teve por objetivo analisar a adaptação e reabilitação de pessoas com estomas intestinais de eliminação, cadastrados no Programa de Estomizados de um serviço ambulatorial de referência do município de Teresina. A amostra foi constituída de 96 participantes e a pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética, sob o Protocolo de Aprovação nº. 12882613.1.0000.52. Como resultado, teve-se que 53,10% das pessoas eram do sexo masculino e a média de idade foi de 59,70 (DP: 18,57). Após a confecção da estomia, diminuiu o número de casados. Quanto à escolaridade, 65,60% possuíam ensino médio ou fundamental. A renda familiar e per capita média foi de R$ 1.789,94 (DP: 2.036,16) e R$ 583,16 (DP: 679,16), respectivamente. Clinicamente, 84,40% tinham colostomia, sendo 53,30% temporárias. O tempo médio de estomizado foi de 53,78 meses (dp: 60,65). Em relação à adaptação, 39 (40,70%) pessoas afirmaram ter tido uma adaptação ruim à estomia. A média de tempo para sentir-se confortável com a estomia foi de 213,96 dias (dp: 314,93). E o tempo médio demandado para o autocuidado foi de 33,10 minutos diários (dp: 33,87). A dificuldade para o autocuidado estava relacionada à troca de equipamentos coletores 26 (27,1%), e a manutenção da higiene 16 (16,7%). Destaca-se, ainda, que 48 (50%) pessoas afirmaram não apresentar nenhuma limitação para realizar atividades diárias em consequência da confecção da estomia. Ressalta-se que embora as pessoas com estomias intestinais de eliminação apresentem características comuns, suas necessidades, identidade e subjetividade conduzirão a significados diferenciados quanto à doença, ao tratamento e à própria existência. Assim, a resposta à problemática causada pela confecção da estomia relaciona-se diretamente às condições pessoais, bem como qualidade do suporte familiar, financeiro e assistencial disponível durante a fase de reabilitação.