Anais - 18º CBCENF

Resumos

Título CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA HANSENÍASE EM UM MUNICÍPIO BRASILEIRO, NO PERÍODO DE 2002 A 2012
Autores
LUCIANA SENA DE SOUZA OLIVEIRA (Relator)
FERNANDA AVELINO FÉLIX
RENAN ALVES SILVA
ARIELI RODRIGUES NÓBREGA VIDERES
LENILDE DUARTE DE SÁ
Modalidade Comunicação coordenada
Área Gestão, tecnologias e cuidado
Tipo Monografia

Resumo
Introdução: A hanseníase configura-se como uma doença endêmica e prioritária nas ações do programa de controle desenvolvidas no Brasil, considerado o segundo país do mundo em prevalência de casos da doença e o de maior prevalência na América Latina. Objetivo: Descrever as características clínicas da hanseníase em um município brasileiro, no período de 2002 a 2012. Material e método: Estudo epidemiológico observacional descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido no município de Cajazeiras, estado da Paraíba. A população/amostra foi formada por todas as fichas de notificação de casos de hanseníase disponibilizadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) durante o período de janeiro de 2002 a janeiro de 2012, perfazendo um universo de 759 casos. Os dados coletados nos meses de janeiro e fevereiro de 2014 através de um formulário pré-elaborado composto por variáveis presentes na ficha de notificação/investigação foram analisados através do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 Foram considerados os aspectos éticos presentes na Resolução 466/2012. Resultados: A taxa de incidência da doença no município apresentou uma queda de 1,352/10.000 habitantes no ano de 2002 para 0,935/10.000 habitantes no ano de 2011. Dos 759 casos notificados, 51% eram do sexo feminino, 50% tinham idades entre a faixa etária dos 20 aos 49 anos, 53% possuíam o ensino fundamental incompleto e 99% foram diagnosticados nas Unidades Básicas de Saúde. No momento do diagnóstico, 60% foram classificados na forma operacional paucibacilar e 31% na forma clínica indeterminada, 72% apresentaram até quatro lesões cutâneas, nenhum tronco nervoso afetado (93%) e grau de incapacidade 0 (64%). Sobre o modo de entrada, 93% foram considerados casos novos, sendo detectados através do encaminhamento (57%), 60% usaram a poliquimioterapia de seis meses como esquema terapêutico inicial, 64% dos casos não tinham informações sobre episódios reacionais durante o tratamento, 92% receberam alta por cura e 2,2% abandonaram o tratamento. Conclusão: Apesar da fragilidade do preenchimento das fichas do SINAN, o estudo cooperou para um melhor entendimento sobre o comportamento da hanseníase, favorecendo reflexões acerca de novas estratégias capazes de potencializar as ações de combate à enfermidade em âmbito local, sejam elas coletivas, clínicas ou gerenciais.