Durante todo percurso histórico a doença mental foi vislumbrada como uma manifestação dos deuses, uma ameaça de outro mundo. Com o passar dos anos, o louco passou a ser visto como doente mental, quando lhe foi concedido o direito de assistência médica e de cuidados terapêuticos em geral. Com o movimento da reforma psiquiátrica em todo o mundo surgiu a necessidade de se remodelar as propostas de tratamento disponíveis na rede de saúde mental, incluindo a assistência de enfermagem prestada em serviços hospitalares psiquiátricos. Neste contexto, Objetivou-se conhecer a assistência de enfermagem ao portador de doença mental hospitalizado sob a ótica de familiares. Estudo exploratório com abordagem qualitativa realizado com dez familiares de usuários de um hospital psiquiátrico em João Pessoa/PB, realizado em 2014. Aplicou-se um roteiro de entrevista e para análise do material empírico a técnica de análise da enunciação e temática proposta por Minayo. A partir dos resultados foi construída a categoria: “Descontentamentos de familiares a respeito da assistência”. Evidenciou-se que o cuidado de enfermagem apresenta lacunas, resultando em insatisfação para os familiares, tornando-se necessário o envolvimento deles no processo terapêutico, uma vez que a família é essencial no processo de recuperação das pessoas em adoecimento mental. A Reforma Psiquiátrica incita reflexões a respeito do processo saúde/doença mental/cuidado dentro deste contexto de remodelagem dos serviços existentes. |