Anais - 17º CBCENF

Resumos

Título O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR COMO PROPOSTA TRANSFORMADORA DA FORMAÇÃO DOS ENFERMEIROS
Autores
JACKSON MONTEIRO RODRIGUES DE SOUZA (Relator)
ANTÔNIO LUÍS PARLANDIN DOS SANTOS
JOSIANE ARACATI MARQUES PINTO
ANA PAULA TAVARES DE OLIVEIRA
RAQUEL SEIXAS VIANA
Modalidade Pôster
Área Cultura, política e história da enfermagem no mundo
Tipo Pesquisa

Resumo
Considerando a centralidade que as reformas curriculares assumem nas políticas educacionais atuais, este estudo ocupa-se com a análise do projeto pedagógico do curso de graduação em enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), destacando nessa proposta a intenção de integrar o currículo do curso, o chamado “currículo integrador. Objetivamos reconhecer e compreender os referenciais teórico-metodológicos orientam o projeto pedagógico do curso de graduação em enfermagem da UEPA. Trata-se de uma abordagem qualitativa; adotamos como instrumentos ou técnicas de coleta de dados a análise documental (do Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem) e a revisão bibliográfica. A análise de dados ocorreu pela categorização do texto do Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem. O novo projeto pedagógico/currículo propõe a superação do currículo centrado no ensino disciplinar, de cunho conteudista, que resultava, muitas vezes, numa prática de transmissão de conhecimentos descontextualizados e pouco significativos para os alunos, especialmente em relação ao que se espera hoje do enfermeiro no exercício da profissão. Ao analisarmos o projeto pedagógico do curso de enfermagem da UEPA, não podemos negar que se trata de uma proposta inovadora, que tenta romper com a fragmentação do conhecimento nos moldes do modelo positivista, dominante desde de o início do curso e representa uma reação ao modelo biologicista de cuidar. Entretanto, ao nos voltarmos para os determinantes políticos, econômicos e sociais, entendemos que se trata de um projeto que se adéqua as exigências do modelo capitalista atual: gerar trabalhadores flexíveis, competitivos para as exigências do “mercado de trabalho”. Portanto, as “inovações” teórico-metodológicas estariam “reféns” do contexto de transformação e adequação de professores e alunos às necessidades mercadológicas. Formar enfermeiros críticos, autônomos e capazes de contribuir para a transformação de suas condições de trabalho e das condições de cuidado-educação requer mais que flexibilização e competitividade por alcance de competências. Requer o engajamento na luta contra a dominação e exploração de certos grupos por outros, a compreensão dos determinantes das condições de exploração em que vivem os profissionais da saúde, professores e usuários do sistema de saúde brasileiro e a revisão crítica dos fins do processo educativo do qual fazemos parte.