Anais - 17º CBCENF

Resumos

Título EXCLUSÃO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM À MULHERES AFRODESCENTES NO PERÍODO REPUBLICANO
Autores
SAMUEL OLIVEIRA DA VERA (Relator)
SARAH NILKECE MESQUITA ARAÚJO
ALDEANE ALVES DE AZEVEDO LIM
GILSON NUNES DE SOUZA
ELIZAMA SANTOS COSTA
Modalidade Pôster
Área Cultura, política e história da enfermagem no mundo
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: Atualmente não existe um consenso, mas acredita-se que a enfermagem moderna tem suas origens em meados de 1923, ano em que foi criada a escola de enfermagem Anna Nery. A sociedade brasileira passava por profundas transformações nos mais diversos setores(saúde, política, economia). Nesse período, homens e mulheres negras eram excluídos não só da profissão, mas também do círculo social. Objetivo: Avaliar o processo de exclusão de mulheres negras na enfermagem profissional no período republicano. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura realizada nas bases de dados SciELO, LILACS e MedLine com a combinação dos descritores específicos: história da enfermagem, negros e Brasil. A seleção aconteceu de acordo com os critérios de inclusão: artigo disponível na íntegra, em português, recorte temporal de 2004 a 2003. Foram identificados e analisados 10 artigos, entretanto apenas 3 atenderam aos critérios acima citados. Resultados: Como decorrência das mazelas da escravidão durante a primeira república, somente mulheres brancas, com formação educacional e religiosa e vocação para o cuidar poderiam ingressar na enfermagem. Sustentado pelo projeto republicano de branqueamento da população e fortalecidos pelos discursos provenientes da medicina e do direito, a grande maioria da sociedade negra era excluída. Tal pressuposto supunha que mulheres negras eram sinônimos de ameaça, desvio de conduta, ignorância e vulnerabilidade social e por isso não deveria participar da esfera social. Conclusão: As imagens construídas sobre as mulheres negras no período republicano dificultaram seu ingresso na enfermagem durante aquele período. Ao contrário do que se pensa, não foram erigidas de forma aleatória, mas fizeram parte de um plano político-institucional que objetivava o afastamento de classes e etnias consideradas inferiores dos quadros da enfermagem. A reintegração dessas mulheres seguiu de forma progressiva e consolidou-se durante a segunda república.