Anais - 17º CBCENF

Resumos

Título PREVALÊNCIA DE SÍFILIS EM MULHERES DO SISTEMA PRISIONAL DE UMA CAPITAL NORDESTINA
Autores
KARLA VIVIANNE ARAÚJO FEITOSA CAVALCANTE (Relator)
AUGUSTO CEZAR ANTUNES DE ARAUJO FILHO
TELMA MARIA EVANGELISTA DE ARAÚJO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Força de trabalho da enfermagem: recurso vital para a saúde
Tipo Monografia

Resumo
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) estão entre as cinco principais causas de procura por serviço de saúde e podem provocar sérias complicações. Dentre elas encontra-se a sífilis, que é uma doença infectocontagiosa sistêmica de evolução crônica, com manifestações cutâneas temporárias. A transmissibilidade das DST está intimamente relacionada a um conjunto de fatores de natureza biológica, epidemiológica, social e cultural cuja interação interfere diretamente no risco ou na proteção de uma população frente a determinadas doenças. O grupo de mulheres encarceradas compõe uma população de risco para as DST, tendo em vista a organização social, bem como o estilo de vida, práticas de violência, incluindo o abuso sexual, e práticas homossexuais, possivelmente relacionadas ao tempo de encarceramento. Esta pesquisa objetivou investigar a prevalência de sífilis e fatores associados em internas na penitenciária feminina de Teresina, Piauí, Brasil. O estudo caracteriza-se como descritivo, de corte transversal, realizado em novembro de 2013. A população foi constituída pelas internas da referida penitenciária (n=131). Os dados foram coletados por meio de um formulário contendo questões fechadas e mistas. A média de idade foi 33,1 anos, 60,3% afirmaram não manter relacionamento conjugal estável e 93,1% possuíam filhos. O consumo de álcool foi referido por 70,8%, e o uso de drogas ilícitas foi relatado por 56,2%, dentre as quais se destacaram crack, maconha e cocaína. Evidenciou-se que 38,5% das mulheres nunca utilizam camisinha nas relações sexuais e que 62,2% não sabem como se dá a transmissão da sífilis. A alta prevalência da sífilis, 25,2%, está estatisticamente associada à situação conjugal, uso de drogas ilícitas e consumo antes das relações sexuais. Quando associada ao perfil sociodemográfico, mostrou ainda que detentas com menor grau de escolaridade, menor conhecimento sobre a doença e baixa renda pessoal, além daquelas que não possuíam relacionamento estável apresentaram maior prevalência de sífilis. Releva-se, portanto, que condições socioeconômicas desfavoráveis são importantes marcadores de risco e de vulnerabilidade para as DST, ou seja, a desigualdade social coloca as mulheres em relação de vulnerabilidade para diversos agravos de saúde.