Anais - 17º CBCENF

Resumos

Título TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE ASSOCIADO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores
JÉSSICA HEGEDUS CAMARGO (Relator)
CARMEN LÚCIA DE ARAÚJO PAES
Modalidade Comunicação coordenada
Área Força de trabalho da enfermagem: recurso vital para a saúde
Tipo Relato de experiência

Resumo
Introdução: O Transtorno da Personalidade Borderline (TPB), é caracterizado pela 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM- IV) como um padrão global de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da autoimagem e dos afetos, e acentuada impulsividade. Achados clínicos como automutilação e tentativas de suicídio, são frequentes em pacientes com TPB, assim como a associação ao uso de álcool e drogas e a criminalidade. Pesquisas científicas há muito tempo voltam-se à dependência de álcool e drogas quando relacionados aos transtornos psiquiátricos devido aos altos índices de pacientes dependentes químicos, em especial portadores de transtornos de personalidade, assim como pelo impacto gerado pelas drogas no prognóstico desses pacientes. Objetivo: avaliar a evolução do Transtorno de Personalidade Borderline em um paciente ex-usuário de crack e a melhora de seu prognóstico após seis meses sem o uso de substâncias químicas. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no período de 13 a 30 de maio de 2013, durante estágio na clínica psiquiátrica do Hospital Regional e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Tucuruí-Pará. A coleta de dados foi realizada a partir da análise do prontuário, anamnese e exame físico do paciente, acompanhamento de terapias comunitárias, consultas psiquiátricas, psicológicas e de enfermagem, além da bibliografia sobre TPB. Resultados: Paciente V.S.D., 28 anos, sexo masculino, internou-se apresentando sinais característicos do TPB como marcas de autoagressão, comportamento agressivo intercalado com episódios curtos de tristeza intensa, após tentativa de suicídio. Nesse período, o paciente fazia uso incorreto do tratamento medicamentoso recomendado em sua última internação. Já sob uso devido das medicações, o paciente apresentava episódios de instabilidade emocional consideravelmente reduzidos e controláveis. Conclusão: A frequente associação de TPB e uso de álcool e drogas torna os pacientes com esse diagnóstico duplo ainda mais propensos a experiências como a automutilação e as tentativas de suicídio. A terapêutica para o TPB pode apresentar maior êxito se aliada ao tratamento para a superação da dependência química. Durante o período de acompanhamento do paciente, foi possível perceber que o tratamento apresentou maior eficácia após o abandono das drogas, cuidados que propiciaram considerável evolução do quadro clínico do paciente.