Anais - 17º CBCENF

Resumos

Título DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE ENFERMEIROS NO BRASIL SEGUNDO PESQUISAS DO IBGE (2002, 2005, 2009)
Autores
BRUNO LUCIANO CARNEIRO ALVES DE OLIVEIRA (Relator)
ALÉCIA MARIA DA SILVA
ALAN DIONISIO CARNEIRO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Força de trabalho da enfermagem: recurso vital para a saúde
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: O número e a proporção de enfermeiros no Brasil cresceu nos últimos anos, tornando atualmente a enfermagem a profissão mais frequente no mercado de trabalho do setor saúde. Embora seja considerada uma atividade pública de inquestionável valor social, a distribuição desses profissionais não está de acordo com as necessidades da população brasileira, impossibilitado assistência de enfermagem segura e eficiente aos usuários dos serviços de saúde das várias regiões do país. Objetivo:Investigar a distribuição de enfermeiros inseridos no mercado de trabalho no Brasil segundo as macrorregiões geográficas do país nos anos de 2002, 2005 e 2009. Métodos: Estudo transversal baseado nos dados on-line das Pesquisas de Assistência Médico-Sanitária realizadas nos anos 2002, 2005 e 2009 pelo IBGE. O estudo incluiu 368.177 enfermeiros (88.952 em 2002, 116.126 em 2005 e 163.099 em 2009). A distribuição dos enfermeiros foi apresentada por meio de frequências absolutas e percentuais. Estimaram-se as proporções de enfermeiros segundo as regiões geográficas do país nos anos de 2002, 2005 e 2009. Para comparar essas proporções utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson (α=5%). Resultados: A proporção de enfermeiros no Brasil inseridos no mercado de trabalho diferiu nos três censos (p<0,001), aumentando de 12,2% em 2002 para 14,8% em 2009. Nos três anos avaliados a maior proporção de enfermeiros foi observada nas regiões Sudeste (≥46,5%) e Nordeste (≥26,1) e a menor nas regiões Norte (≤6,3%) e Centro-oeste (≤6,1%). A região Norte foi à única do país que apresentou aumento estatisticamente significante (p<0,001) da proporção de enfermeiros inseridos no setor saúde nos três anos avaliados. Na região Centro-oeste as proporções se mantiveram estáveis e sem diferenças significativas em nenhum período avaliado. Na região Sul houve redução significativa na proporção de enfermeiros entre 2002 e 2009. Nas regiões Nordeste e Sudeste não houve diferenças significantes entre 2002 e 2009, mas entre 2002 e 2005 houve significativo aumento no Nordeste e redução no Sudeste. Conclusão: Observou-se uma distribuição espaço-temporal de profissionais de enfermagem no mercado de trabalho da saúde brasileiro bastante desigual. Há concentração desses profissionais nas regiões Sudeste e Sul e oferta insuficiente nas regiões com piores indicadores sociais e de saúde do país. Esse cenário reafirma desigualdades regionais e fragilidades na atenção à saúde no país.