Anais - 15º CBCENF

Resumos

Título RELATO DE CASO: ENTREVISTA DOMICILIAR DE ÓBITOS MATERNOS
Autores
AUREA MARIANA COSTA FARIAS (Relator)
CASSANDRA DOS SANTOS MAIA
LUCIAN DA SILVA VIANA
LIBERATA CAMPOS COIMBRA
ANDREA CRISTINA OLIVEIRA SILVA
Modalidade Pôster
Área Vulnerabilidade social
Tipo Relato de experiência

Resumo
Introdução: Índices de mortalidade materna são representativos da situação de desenvolvimento de países e regiões. Em 1990, 585.000 mulheres em todo o mundo morreram vítimas de complicações ligadas ao ciclo gravídico-puerperal. Identificar em que circunstâncias ocorrem tais mortes é imprescindível para que sejam traçadas estratégias de enfrentamento. Assim, cabe à vigilância epidemiológica a investigação de casos possíveis e confirmados de óbitos maternos, seja em contexto hospitalar ou domiciliar. Objetivo: Investigar óbitos maternos no contexto domiciliar. Metodologia: Estudo descritivo, tipo relato de caso, acerca das investigações de óbitos maternos realizadas através do PET-VS (Programa de Ensino pelo Trabalho-Vigilância em Saúde) por acadêmicos de Enfermagem e Medicina. Utilizou-se a ficha de entrevista domiciliar. Resultados: Realizadas duas entrevistas, em ambas com a mãe e o local do óbito o Hospital Djalma Marques-Socorrão I. D.J.R.A., 23 anos, solteira, portadora de deficiência mental, cesariana recente (3 meses). Apresentava tosse e dificuldade para respirar após o parto, ao procurar a unidade de saúde recebeu medicação e mesmo sendo mandada para casa, a mãe decidiu ficar no corredor por considerar que a filha não tinha condições de retornar a casa. Ao ir ao banheiro a paciente sofreu parada cardiorrespiratória, vindo a óbito. Segunda gestação, 2 nascidos vivos, ambos por cesárea, gravidez única, realizado pré-natal, uso de Sulfato ferroso e Ácido fólico. Após sua morte, a mãe ficou responsável pelos dois netos. J.S., 24 anos, casada, residente de Apicum-açu. Com falta de ar, dor no peito, estado geral ruim admitida no Hospital Presidente Vargas, permanecendo por dois dias, sendo submetida a radiografia e ‘prova tuberculínica’, de resultado negativo. Transferida para o Socorrão I, ao chegar teve 3 paradas cardíacas, com tentativas de reanimação sem êxito. Faleceu entre o 43º dia e 1 ano após termino da gestação. A avó passou, então, a criar os três netos de 7, 4 e 1 ano de idade. Conclusão: Percebem-se grandes semelhanças nos casos relatados. Os sinais e sintomas apresentados coincidem, a mesma causa de morte, histórico obstétrico e situação social também são semelhantes. Ambas realizaram pré-natal, grande avanço na saúde da mulher, mas cabe a reflexão sobre o acompanhamento pós-parto, se houve e qual sua qualidade. A situação familiar após as mortes trazem dúvidas e anseios quanto às perspectivas dos órfãos e da avó e aspectos psicossociais.