Anais - 15º CBCENF

Resumos

Título SOBRECARGA DE CUIDADO À CRIANÇA COM CARDIOPATIA CONGÊNITA: ENFOQUE NA QUALIDADE DE VIDA
Autores
IVNA SILVA ANDRADE (Relator)
VIVIANE MAMEDE VASCONCELOS
CONCEIÇÃO DE MARIA DE ALBUQUERQUE
ELIS MAYRE DA COSTA SILVEIRA MARTINS
MIRNA ALBUQUERQUE FROTA
Modalidade Pôster
Área Determinantes de vida e trabalho
Tipo Monografia

Resumo
As cardiopatias congênitas acometem o coração e/ou os grandes vasos sanguíneos da criança ainda no desenvolvimento intrauterino, afetando a anatomia e fisiologia normal. A maioria das anomalias cardíacas é de etiologia desconhecida, porém vários fatores estão associados à maior incidência, tais como: pré-natais e genéticos. Objetivou-se compreender como os pais vivenciam o cuidar de crianças com cardiopatia congênita. Estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica de um hospital de atenção terciária situado em Fortaleza- Ceará com doze pais de crianças cardiopatas internados durante o período de fevereiro a abril de 2012. A coleta de dados realizou-se por meio de observação livre e entrevista semiestruturada. Os sujeitos foram esclarecidos no que se refere à pesquisa e solicitados a assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A Resolução 196/96 foi respeitada seguindo os preceitos éticos do Conselho Nacional de Saúde e recebeu aprovação do Comitê de Ética da Universidade Estadual do Ceará. A Análise de Conteúdo de Bardin possibilitou a categorização dos dados em: Percepção de Qualidade de Vida (QV); Mudança de rotina no cuidar da criança cardiopata. Percebeu-se que ao se constatar o defeito cardíaco da criança, os pais deparam com uma série de mudanças de metas. Referem sentimento de angústia por viverem em uma luta constante e encontrarem-se presos a rotina cansativa e repleta de responsabilidades. A QV encontra-se prejudicada em virtude de terem que parar a carreira profissional para a dedicação ao cuidado do filho, mesmo sendo pertencentes à classe econômica desfavorecida, o que fragiliza o âmbito com uma drástica redução do orçamento familiar. A rotina de levar o filho várias vezes ao hospital acaba por impedir momentos de lazer. O trabalho dos cuidadores familiares é uma experiência do tempo, empenho e paciência, condicionada por diferentes situações que geram sobrecarga, privações e dedicações. Conclui-se que compreender o que significa para os pais vivenciar o processo de transição de doença-saúde do filho com cardiopatia congênita representou um desafio, o qual conseguiu-se alcançar e permitiu ampliar o olhar sobre os modelos tradicionais de cuidado. O cardiopata congênito, na maioria das vezes, evolui para um doente crônico, o que precisa capacitar os pais para o cuidado de qualidade e que não repercuta nos momentos de lazer e de trabalho da família.