Atualmente, o câncer de mama (CM) é uma das doenças de maior impacto na saúde pública, que segundo INCA (2012) responde por 22% dos casos novos todo ano (previsto 52.680 em 2012), mortes (147 homens e 12.705 mulheres em 2010), causando enormes custos sociais, desastrosas conseqüências físicas e psíquicas e altas taxas de mortalidade. Para Brasil (2002), este se constitui na primeira causa de morte, por câncer, entre as mulheres. Por isso é primordial a disseminação de informações e a prática do autoexame de mama (AEM) em todos os níveis assistenciais de saúde para detecção precoce do CM. O estudo objetivou descrever a vivência de acadêmicos de enfermagem frente à visita domiciliar a uma portadora de CM, bem como relacionar essa experiência à importância do AEM para prevenção da neoplasia. Trata-se de um relato de experiência, realizado no mês de maio de 2012, durante visita domiciliar a uma paciente portadora de CM na cidade de Petrolina-PE. Relato: mulher de 57 anos, hipertensa, admitida no Hospital de Urgências e Traumas da cidade de Petrolina-PE queixando-se de cansaço, tosse produtiva e amarelada há 11 dias e pico hipertensivo de 210x150mmHg. Submetida a tratamento anti-hipertensivo, Raio X de tórax, no qual diagnosticou derrame pleural esquerdo. No banho no leito foi descoberta uma lesão na mama direita com extensão de 6,0 cm, eritematosa, indolor e pruriginosa, escondida pela paciente por seis meses, por pensar ser um furúnculo. Neste tempo outras lesões surgiram na mesma mama. Realizou-se biópsia da lesão e punção do pulmão esquerdo. Após 11 dias de internação recebeu alta hospitalar. Confirmado o diagnóstico de CM foram iniciadas sessões de quimioterapia no Centro de Oncologia Dr. Muccini em Petrolina-PE. Verificou-se que a falta de hábito da paciente em ir à Unidade Básica de Saúde (UBS), não deter informações sobre o CM, e nem saber fazer o AEM, contribuiu para o diagnóstico tardio da neoplasia, levando à metástase. Conclui-se que medo, vergonha, preconceito afastam as mulheres das UBS, e lhes tiram a oportunidade de ter uma melhor qualidade de vida. Portanto, busca ativa e divulgação de informação sobre o AME, através de meios de divulgação e ações educativas pelos profissionais de saúde, torna-se essencial para a prevenção do CM, pois a falta de informação leva ao desconhecimento do câncer, retardando o diagnóstico, aumentando os efeitos da doença e diminuindo as chances de cura. Aí reside o compromisso de todo profissional de saúde: prevenção. |