Anais - 15º CBCENF

Resumos

Título NOTIFICAÇÃO DE MAUS-TRATOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES POR ENFERMEIROS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Autores
SARAH MARIA MENDES GONDIM (Relator)
GRACYELLE ALVES REMIGIO MOREIRA
LUIZA JANE EYRE DE SOUZA VIEIRA
ADÍLIA MOURA DE QUEIROZ
ANNA DÉBORA ARRUDA DE SOUSA
Modalidade Pôster
Área Determinantes de vida e trabalho
Tipo Pesquisa

Resumo
A violência contra crianças e adolescentes é um fenômeno extremamente grave do ponto de vista social e de saúde pública, comprometendo o desenvolvimento do grupo e trazendo consequências para a vida adulta e para a sociedade em geral. A notificação de maus-tratos tem a finalidade de cessar atitudes e comportamentos violentos por parte de qualquer agressor e promove cuidados sociossanitários voltados para a proteção da infância e da adolescência. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo analisar o processo de notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes realizados por enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Pesquisa transversal de abordagem quantitativa, realizada com 67 enfermeiros dos seis municípios que compõe a Microrregião de Saúde de Juazeiro do Norte, Ceará, no período de julho a novembro de 2011. Utilizou-se um questionário para nortear a coleta e os dados foram analisados no programa SPSS versão 16.0. Os aspectos éticos foram seguidos em todas as etapas da pesquisa. A caracterização sociodemográfica, formação profissional e tempo de trabalho dos enfermeiros mostraram o predomínio de profissionais do sexo feminino (88,1%), com média de idade de 32,5 anos (Desvio Padrão = 6,2), casados (55,2%), com cinco a 10 anos de formados (53,7%), que possuíam especialização na área de saúde pública/coletiva (62,1%), e com cinco a 10 anos de trabalho na Estratégia Saúde da Família (43,3%). Em relação à instrumentalização e a conduta dos enfermeiros frente a situações de maus-tratos verificou-se que a maioria (76,1%) não tinha participado de treinamento sobre a temática, 86,6% afirmou conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, 53,0% relatou conhecer a ficha de notificação. A maior parte (63,1%) não se deparou com casos maus-tratos na sua prática profissional e dos que já tinham se deparado (36,9%), 57,1% não notificou a ocorrência dos casos. Esses resultados apontam que a prática de identificar e notificar maus-tratos em crianças e adolescentes ainda é incipiente, ocorrendo de forma casual e não sistemática. Recomenda-se que o assunto seja mais bem trabalhado nas grades curriculares das graduações e pós-graduações, assim como na educação continuada, favorecendo uma melhor preparação dos enfermeiros para atuarem no enfrentamento da violência.