Anais - 15º CBCENF

Resumos

Título ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E TOXICOLOGIA NA SAÚDE DO TRABALHADOR ASSISTIDOS POR REDES SENTINELAS NO PORTO DE SUAPE
Autores
DIEGO RAFAEL FERREIRA DE OLIVEIRA (Relator)
MARIA DA CONCEIÇÃO CAVALCANTI DE LIRA
SIMARA LOPES CRUZ
ISLÂNDIA BATISTA DA SILVA
TAISA FIGUEIROA SILVA
Modalidade Pôster
Área Determinantes de vida e trabalho
Tipo Pesquisa

Resumo
A intoxicação por agrotóxicos é um problema de saúde pública grave, principalmente nos países em desenvolvimento e emergentes. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (Sinitox) revelam prevalência de 49.904 casos de intoxicação por agentes químicos em 2009, com 228 óbitos confirmados como desfecho. Este artigo busca analisar epidemiologicamente e ocupacionalmente a influência de produtos toxicológicos na saúde do trabalhador e descrever o perfil laboratorial epidemiológico de trabalhadores expostos a produtos químicos registrados e assistidos nas Redes Sentinelas do Porto de Suape – PE de abril de 2009 a 31 de julho de 2010. Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo transversal retrospectivo, que utilizou dados de intoxicação exógena por agentes químicos reportados pelas Redes Sentinelas do Porto de Suape – PE. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa para realização com protocolo CAAE 020043612.6.0000.5208. Dentre os 356 trabalhadores avaliados, 205 foram expostos a produtos tóxicos, em atividades portuárias, de saúde pública e serviços gerais. Dos trabalhadores expostos a produtos tóxicos, 43,11% eram mulheres, 64,3% tinham entre 29 e 39 anos, 94,8% tinham ensino médio concluído e 86,8% eram aplicadores ou manipuladores de substâncias químicas. Cerca de 74% dos indivíduos estavam expostos a agrotóxicos há menos de 5 anos, sendo que 87,6% não utilizavam Equipamentos de Proteção Individual. Os sintomas mais referidos foram cefaléia (88,3%) e prurido na pele (27,7%). Entre os trabalhadores expostos a produtos tóxicos, 43,41% foram diagnosticados como intoxicados, baseados em critérios ocupacionais, clínicos e epidemiológicos e 20,97% foram classificados como doença ocupacional e acidente de trabalho. Produtos químicos como carbamatos e organofosforados, inibidores da acetilcolinesterase, principalmente aqueles utilizados sem acompanhamento adequados foram os principais compostos envolvidos nas intoxicações estudadas e os mais letais. Inferência a restrição do uso dos produtos mais tóxicos, aliada a uma atuação mais rigorosa nos postos de venda pelos órgãos de fiscalização e pelas empresas responsáveis são as principais estratégias para amenizar o cenário de intoxicações, bem como o acompanhamento correto através de treinamentos e uso de equipamentos adequados para o manuseio destes produtos.