Anais - 15º CBCENF

Resumos

Título PERCEPÇÕES DA MORTE : VIVENCIAS DO ENSINO APRENDIZAGEM
Autores
FÁBIO LEAL ROCHA (Relator)
FRANCISCO RODRIGO DE CASTRO BRAGA
YANDARA ALICE XIMENES BUENO DE CARVALHO
LUÍZ ALEXANDRE MENEZES NETO
Modalidade Pôster
Área Ética e legislação em enfermagem
Tipo Relato de experiência

Resumo
Durante a formação acadêmica de enfermeiros muito se fala em cuidar, ouvir e auxiliar, porém por vezes ao longo do curso o tema morte é evitado ou mesmo ministrado exclusivamente como uma parte do conteúdo. Porém a realidade é que com o início das práticas nos estágios, discentes e docentes são confrontados com situações peculiares; Estas possuem uma ampla dimensão, variando entre a indiferença e o sofrimento. O estabelecimento de etapas pré-definidas, assim como a criação de uma rotina de cuidado com o corpo pos-mortem, nos coloca em uma situação de desconforto, especialmente quando esta vivência se dá pela primeira vez.Neste trabalho objetivamos relatar fragmentos das experiências apresentadas por um grupo de acadêmicos de enfermagem diante de um óbito infantil. Estudo descritivo, tipo relato de experiência escrito na primeira pessoa do plural. Primeiramente foram coletados depoimentos individuais e depois foram escolhidos, em grupo, os trechos que fariam parte do relato. O cuidado com uma criança que veio a falecer durante o turno em que estávamos presente nos deixou perplexos. Acreditamos que pelo fato de ser uma criança o processo tornou-se ainda mais doloroso. A dificuldade em continuar o estágio foi comum à todos os alunos. O choro, as lembranças e a impotência diante da situação fizeram parte das ações e falas mais presentes no discurso dos acadêmicos. No decorrer da vivência do Estágio Supervisionado, somos confrontados, enquanto acadêmico de enfermagem, com a prática cotidiana da equipe de enfermagem e de pacientes; Buscamos nesta ocasião o amadurecimento profissional. Assim entendemos que neste momento ocorre a formação de alicerces de uma prática profissional ética. A experiência da morte durante o estágio trouxe consigo uma mistura de sentimentos - humanos antes de profissionais, apontando para a necessidade do vínculo entre aluno e professor para a vivência deste processo. A ação descrita de forma unânime como triste, representou para nós, equipe de estágio, um momento de perda e luto, porém nos mostrou também a importância de nossos seus papéis no que se refere ao cuidado com o corpo e principalmente no apoio a família. Hoje vemos que a morte poderá se fazer presente em nossas rotinas laborais e compreendemos que este fato não deve representar para a equipe um ponto final na assistência mas sim um novo olhar direcionado aos que naquele momento sofrem com a perda: a família.