Anais - 15º CBCENF

Resumos

Título VALIDADE DE CONTEÚDO DAS DIMENSÕES DA NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Autores
FABIO GOMES MADEIRA (Relator)
JOSÉ WICTO PEREIRA BORGES
DÉBORA FRUTUOSO GONÇALVES
VAGNER RODRIGUES SILVA JÚNIOR
THEREZA MARIA MAGALHÃES MOREIRA
Modalidade Comunicação coordenada
Área Vulnerabilidade social
Tipo Pesquisa

Resumo
A não adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é definida como um comportamento intencional ou não intencional do indivíduo que não coincide parcial ou totalmente com um plano de promoção da saúde ou terapêutico e com as recomendações tomadas por meio de decisões partilhadas e acordadas entre profissional/equipe de saúde multidisciplinar e o indivíduo, família e/ou comunidade, incluindo dificuldade com tratamento medicamentoso, não medicamentoso e não comparecimento às atividades nos serviços de saúde (consultas, atendimentos grupais). A partir deste conceito, observamos sua sedimentação em diferentes dimensões. O objetivo do estudo foi identificar as dimensões da não adesão ao tratamento da HAS e descrever a realização de sua validação de conteúdo por experts em HAS. Realizou-se uma revisão integrativa que demonstrou quatro dimensões da não adesão, definidas em dimensão pessoa, doença/tratamento, serviço de saúde e ambiente. As definições dessas dimensões foram avaliadas por um painel de experts, composto por nove profissionais, entre enfermeiros, farmacêuticos e médicos. Foi calculado o Índice de Validade de Conteúdo de cada dimensão (IVCi) e do conjunto de dimensões (IVCt). Nos resultados obtidos, o IVCt foi 0,92 mostrando uma excelente compreensão sistêmica do fenômeno da não adesão. Este fato nos coloca a refletir sobre novos horizontes. As dimensões pessoa, doença/tratamento e serviço de saúde obtiveram um IVCi = 1,0, indicando uma excelente avaliação pelo corpo de juízes. A dimensão ambiente obteve um IVCi = 0,81. Desse modo, validamos o conteúdo das dimensões da não adesão ao tratamento da HAS. Passamos a entender, superando uma visão biomédica, a não adesão ao tratamento da hipertensão arterial como um fenômeno sistêmico e um exercício da contemporaneidade é buscar respostas mais humanas para os desarranjos orgânicos, psicológicos, emocionais, cognitivos e sociais despertados pela presença da HAS. Concluiu-se, através do estudo, que a busca de uma compreensão sistêmica da não-adesão ao tratamento da hipertensão arterial permite o exercício reflexivo deste fenômeno de difícil abordagem pelos profissionais de saúde, pois alcança dimensões complexas do cotidiano dos sujeitos com hipertensão. A partir desse entendimento, é possível pensar em cada dimensão e seus constituintes interrelacionais buscando a convergência de saberes para a construção de abordagens centradas na realidade de cada sujeito.