A visita à residência da população compõe o amplo espectro de atuação da Estratégia de Saúde da Família para promoção, proteção e recuperação do indivíduo. Este trabalho trata-se de um estudo de caso com objetivo principal de refletir acerca da relevância da visita domiciliar na adequação/aperfeiçoamento do Projeto Terapêutico previamente construído no atendimento de rotina na unidade básica de saúde. A puérpera alvo do estudo, quando ainda gestante, realizou a assistência pré-natal dentro dos padrões de normalidade e aparentava seguir todas as orientações (imunização, alimentação, realização de exames, etc.). entretanto, durante consulta puerperal em visita domiciliar após 7 dias do parto, constatou-se que a cliente sofria de depressão, labilidade emocional e discurso dicotômico, indicado por familiares e evidenciado por mascaramento de fatos, inerentes à saúde do recém-nascido e ao seu bem-estar. Houve ainda introdução de alimentação mista exclusiva logo após o nascimento da criança, e utilização de preparações caseiras a base de condimentos certamente nocivos ao trato gastrointestinal do recém-nascido. Com base nestas novas evidências, houve aperfeiçoamento da Sistematização da Assistência de Enfermagem, elencando como prioridade na prescrição de Enfermagem: Reforço da necessidade de amamentação exclusiva; Incentivo a mudança de cardápio familiar Reflexão com outros membros da equipe sobre o projeto terapêutico da cliente; Encaminhamento para consulta médica e avaliação por serviço de assistência social e/ou psicologia; Potencializar a auto-estima; e Incentivar a confiança na estrutura familiar. Logo, a oportunidade da visita ao domicílio do cliente por parte de toda equipe, deve ser uma prioridade que transcenda as metas de produtividade municipais, e efetive-se como veículo de adequação programática e operativa dos esforços profissionais no âmbito da atenção básica, reconhecendo o indivíduo no meio familiar e a saúde como fenômeno biopsicossociocultural. |