Por se tratar de um problema que atinge todas as classes sociais, etnias e religiões, a violência contra a mulher é um fenômeno global. Há dificuldades em se calcular, precisamente, a carga de todos os tipos de violência sobre os sistemas de assistência à saúde, ou seus efeitos sobre a produtividade econômica; entretanto a evidência disponível mostra que mulheres em situação de violência doméstica e sexual têm mais problemas de saúde, maiores custos com assistência e utilizam com maior freqüência os serviços de saúde e as emergências. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo e abordagem quantiqualitativa, que teve como objetivo identificar quais as dificuldades apontadas pelos enfermeiros atuantes no PSF no atendimento a mulher vítima de violência doméstica. O lócus de estudo foi constituído por Unidades de Atenção Básica de Juazeiro-BA, e os sujeitos da pesquisa foram 08 enfermeiros. Como instrumento para coleta de dados utilizou-se a entrevista. Foram respeitadas as normas da ABNT e os princípios éticos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A maioria dos entrevistados eram casados (75%), 62% tinham renda familiar entre 05 e 10 salários e todos já atenderam alguma mulher vítima de violência doméstica. Quando questionados acerca das dificuldades encontradas, as falas foram agrupadas em 04 categorias temáticas: Falta de conhecimento/Falta de coragem para abordar o assunto/Falta de capacitação/Sobrecarga de trabalho. Quanto à existência de um contato com a temática da violência contra a mulher na graduação, 35% não teve esta discussão. Assim, mesmo a violência estando presente no cotidiano de trabalho dos enfermeiros, grande parte não se sente preparada para atuar frente a temática, demonstrando a necessidade de um maior investimento tanto das instituições de Ensino quanto dos serviços de saúde para uma melhor abordagem do problema que tem resultado em elevados custos para a saúde. |