Algumas populações estão expostas aos problemas de saúde decorrentes da falta de infra-estrutura, como coleta de lixo, saneamento básico e água tratada, e sofrem com a pobreza crônica e ausência dos serviços públicos que comprometem ainda mais sua qualidade de vida. O presente estudo teve como objetivo analisar as condições de saneamento de uma população periférica do bairro João de Deus, na cidade de Petrolina-PE. Foram selecionadas 35 famílias para levantamento dos dados usando-se um formulário semi-estruturado com questões abertas e fechadas, além da Observação. A pesquisa ocorreu dentro dos aspectos éticos, baseando-se na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Quanto à caracterização da amostra, a idade dos entrevistados variou entre 16 e 77 anos e 67% possuíam no mínimo o ensino fundamental completo. A água quase sempre provinha de cisternas situadas no solo das residências. Entre os entrevistados, 45% não realizavam nenhuma prática de tratamento domiciliar da água; 61% dos domicílios dispõem resíduos sólidos em sacos plásticos, 30% colocam em baldes, e 9% realizavam outro tipo de procedimento para disposição final do lixo produzido. A coleta do lixo pela Prefeitura atingia a maior parte dos domicílios (92%); a parcela da população entrevistada não servida pela coleta revelou destino inadequado do ponto de vista sanitário. Em relação ao sistema de destino dos dejetos, cerca de 90% dos domicílios são servidos pela rede de esgotos e pequena parcela ainda utiliza a fossa seca ou sistemas inadequados com veiculação hídrica. Assim, as condições de saneamento básico da população estudada mostraram-se, ainda, bastante precárias, constatando-se falta de recursos mínimos desses serviços. Há a necessidade de desenvolvimento adequado dos serviços de saúde, segundo as necessidades básicas da população, e uma educação sanitária sistemática que compreenda grande maioria da comunidade. |