Anais - 11º CBCENF

Trabalhos

Título A MELIOIDOSE NO CEARÁ: UMA DOENÇA EMERGÊNTE.
Autores
ANTONIA LUCIANA SOUZA BEKMAN (Relator)
JOSÉ WESLEY NUNES MARCELINO
CLEANE TEIXEIRA MOREIRA
CARLOS KELLERY FEITOSA DA SILVA
CLODIS MARIA TAVARES
Modalidade Pôster
Área Cotidiano da prática
Tipo Relato de experiência

Resumo
A melioidose é uma doença infecciosa que possui amplo espectro clínico, cujo agente etiológico é a Burkholderia pseudomallei, um bacilo gran negativo pertencente ao gênero Burkholderia. A bactéria é saprófita ambiental e vive livremente em solo e água. Homens e animais adquirem a infecção em contato com o ambiente. A transmissão ocorre principalmente por inoculação em pele, mucosas por inalação, ingestão e aspiração. O diagnóstico laboratorial específico é realizado, por meio de cultura obtido de sangue, escarro e lavado brônquico. No Brasil há referência do isolamento de bactéria em duas cidades da Bahia em 1977. No Ceará ocorreu o primeiro surto no município de Tejuçuoca. O objetivo deste trabalho é estudar a série histórica de casos no ceará no período de 2003 a 2008. A metodologia utilizada foi um estudo descritivo com abordagem quantitativa, dados do SINAN. Os resultados deste estudo revelam que no Ceará em fevereiro de 2003 ocorreu um surto de melioidose no município de Tejuçuoca, casos em humanos, onde quatro adolescentes apresentaram forma severa da doença, com três óbitos. Em janeiro de 2004 ocorreu um novo caso no município de Banabuiú, uma paciente de 39 anos com quadro de abscesso em região genital e sepse, que evoluiu para óbito. Em maio de 2005, um outro caso de melioidose ocorreu no município de Aracoiaba, evoluindo para óbito. Atualmente um novo caso que está em investigação epidemiológica, mas de provável contaminação nos municípios: Guaraciaba do Norte, Ipú, Ubajara. A doença apresenta letalidade muito elevada nas formas graves. A letalidade da doença no estado do Ceará foi de 85,7%. Concluímos que essa patologia emergente e inusitada em nosso estado de altíssima letalidade, necessita de uma vigilância oportuna e competente, que as medidas de prevenção e controle precisam ser adotadas com rigor, para que os profissionais de saúde fiquem alerta para a detecção de casos suspeitos em humanos, priorizando as pneumonias graves com sinais de septicemia.