Objetiva-se discutir a Educação Permanente em Saúde – EPS como um instrumento de contribuição para a reorganização da atenção à saúde através da reorientação dos saberes e das práticas seguindo o paradigma da Vigilância à Saúde. O processo de construção coletiva da política da EPS se traduz na aprendizagem integrada ao trabalho, e por isso, propõe que os processos de formação e desenvolvimento estejam referidos às necessidades de saúde de pessoas e populações, à gestão do SUS e a participação popular em saúde, buscando a qualificação das práticas profissionais, a organização do trabalho, conformação de redes de alta responsabilização e compromisso dos atores envolvidos nas ações diárias do trabalho. Foi realizada uma revisão bibliográfica do curso de Formação de Facilitadores de Educação Permanente em Saúde promovido pela EAD/ENSP/FIOCRUZ, com enfoque nas tecnologias estabelecidas por Merhy. Percebe-se que a viabilização da EPS depende do interesse de todos do quadrilátero, atuantes nas áreas de gestão, formação, cuidado e controle social em saúde, em se comprometerem com a saúde da comunidade com vista a um serviço de saúde compatível com as diretrizes e princípios do SUS. É necessária atualização dos conhecimentos e aprimoramento das práticas, negociando com as instituições responsáveis pelo processo de trabalho e formação, à promoção de cursos de qualificação de acordo com as necessidades locorregionais. Outra forma de contribuição da EPS depende também das instituições gestoras e de ensino em se articularem, assumindo uma grande parcela de responsabilidade e compromisso com o sistema de saúde, com os profissionais de saúde e com a população. Assim, os sujeitos envolvidos com a EPS devem tentar aderir novos adeptos e incitar a reflexão crítica sobre suas ações e pensamentos, no intuito de contribuir como uma parcela significativa para a consolidação do SUS. |