A questão da atenção à saúde da população que se encontra em unidades prisionais no Brasil tem sido feita sob ótica reducionista, na medida em que as ações desenvolvidas limitam-se àquelas voltadas para DST/AIDS, redução de danos associados ao uso abusivo de álcool e outras drogas e imunizações, apesar dos altos índices de tuberculose, pneumonias, dermatoses, transtornos mentais, hepatites, além de outros agravos observados no âmbito dessas instituições. O Objetivo deste estudo é conhecer as ações de saúde desenvolvidas pela equipe de enfermagem no Centro de Recuperação Feminino (CRF), do município de Ananindeua - Pará. Foi realizada uma visita ao CRF e entrevistas com a equipe de enfermagem, composta por uma enfermeira e duas técnicas de enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. No CRF a questão da saúde está de acordo com os princípios do Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, e as ações realizadas pela equipe de enfermagem do CRF possuem uma significativa importância para a detecção e tratamento de doenças, porém suas ações não alcançam os resultados esperados devido ao advento da superlotação, uma vez que o espaço físico, os recursos matérias e financeiros e os recursos humanos são direcionados para um contingente de cento e cinqüenta mulheres, entretanto, atualmente esta instituição abriga duzentos e sessenta internas. Essa superlotação nada mais é do que um agravante que contribui para a elevação dos problemas de saúde, sobre tudo aqueles relacionados à educação em saúde, uma vez que essa clientela possui um baixo nível de instrução, o que dificulta na compreensão da importância do seu autocuidado e na prevenção de agravos à saúde. Nesse contexto destacamos a importância das informações adquiridas pelo estudo ou pelas experiências acerca dos problemas de saúde presentes dentro do sistema penitenciário, que podem contribuir para o fortalecimento e ampliação do seu papel fundamental, o de reabilitação. |