A prática do cuidado a pessoa portadora de transtorno mental seguiu uma trajetória de exclusividade, irrecuperabilidade e perda de autonomia por meio de intervenções que reduziam o ser humano a um objeto de interveção. Na visita domiciliar, o ambiente tem expressão própria superando mesmo algum mutismo dos pacientes. Percebe-se como cuidado dos enfermeiros no campo da saúde mental apenas o acompanhamento das entradas (internações) e saídas (altas) dos doentes do tratamento como uma certa estranheza, uma certa incredulidade, alguma desconfiança de que há problemas neste “ir” e “vir”. Essas internações e altas sucessivas dos pacientes apresentam-se como um desafio para a assistência de enfermagem em geral, porque sabemos que na maior parte das vezes as instituições psiquiátricas se caracterizam pelo abandono ou por tratamentos oscilando entre melhora, piora e estabilidade. Mais do que um jogo de palavras, esse é um ponto instigante para análise e discussão. Trata-se de um trabalho do tipo bibliográfico. Assim objetiva-se com esta investigação, uma visita domiciliar realizada pelo enfermeiro psiquiatra, como um meio de conhecer a organização das atividades de vida cotidiana dos clientes e seus familiares em seus domicílios. O objeto de investigação desperta o interesse pela discussão de uma situação que há muito tempo vem sendo de interesse de alguns; diríamos que poderia ser chamado de “contramão” do cuidado, onde o diagnóstico é obtido na maioria das vezes apenas através de achados clínicos e pela história clínica do paciente. Dependendo da situação podemos encontrar sujeitos com mais de um diagnóstico. Conclui-se que a visita domiciliar aqui apresentada e discutida propõe-se mesmo a romper com alguns pressupostos, sobretudo aqueles amarrados em instruções prévias, em modelos construídos, em verdades estabelecidas. |