Na assistência de enfermagem aos portadores de transtornos mentais são desenvolvidas atividades em consonância com a reforma psiquiátrica e tais ações designam a promoção da saúde mental, a reinserção social e o combate ao estigma de que esses clientes são vítimas no cotidiano. Esse trabalho permitiu uma maior interação entre os acadêmicos de enfermagem e os pacientes através da percepção pelos alunos da importância do relacionamento terapêutico que deve subsistir a toda forma de segregação - anteriormente protagonizada pelo modelo hospitalocêntrico - e fazer parte dos compromissos do profissional enfermeiro fomentando assim os eixos integradores da disciplina Enfermagem em Saúde Mental (STEFANELLI, 1993; TOWNSEND, 2002). As atividades desenvolvidas em um hospital público psiquiátrico em Teresina-PI têm demonstrado isso através do exame mental na consulta de enfermagem, nos momentos de escuta e vivências individuais/grupais no campo. O intuito em promover a auto-estima do cliente através do relacionamento terapêutico associado à farmacoterapia e à atenção multiprofissional contribuiu na reintegração do paciente à sociedade. Os resultados foram satisfatórios, na medida em que fora possível observar uma melhora significativa no quadro clínico dos pacientes, no que diz respeito aos relacionamentos sociais construídos e solidificados, além de proporcionar momentos de alegria, descontração, lazer e integração entre pacientes, familiares, funcionários, alunos e professores. Essa experiência promoveu uma formação crítica-reflexiva singular aos acadêmicos de enfermagem e modificou nossa forma de ver o “louco”, historicamente construído como um ser perigoso e sem índole. Concluímos que essa nova forma de tratamento consolida a assistência de enfermagem em saúde mental ao passo que nos remonta à perspectiva do respeito ao ser humano na sua individualização e nas suas necessidades para a (re) construção de sua cidadania. |