A hospitalização pode desencadear na vida da criança adversidades e estresse no curso do seu desenvolvimento natural. Este estudo objetivou realizar uma análise compreensiva das produções plásticas de uma criança hospitalizada, a partir da Psicologia Analítica, buscando apreender as transformações das representações plásticas que ocorreram ao longo do processo arteterapêutico. Escolheu-se como percurso metodológico a pesquisa qualitativa, especificamente o clínico-qualitativo de Turato (2003), que privilegiou analisar o conteúdo e a evolução das produções plásticas da criança hospitalizada. Compôs o estudo o corpus das produções plásticas de uma criança de oito anos de idade, com diagnóstico de meningite bacteriana aguda, internada em um hospital público de Goiânia/GO, a qual passou por intervenções breves de Arteterapia. Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Cadastro de Identificação, o Questionário da Escala Comportamental Infantil A2 de Rutter adaptado por Graminha (1994) e o Roteiro de Avaliação da Representação Plástica Infantil de Valladares (2007) para avaliar as cinco modalidades de produção artística, produzidas durante a pré e pós-intervenções de Arteterapia. As intervenções de Arteterapia propiciaram a expressão da subjetividade e a valorização das potencialidades da criança, e também ajudaram-na a resgatar recursos para enfrentar a vida, a doença, a hospitalização e o tratamento; enfim, aspectos mais saudáveis da sua personalidade. A Arteterapia favoreceu momentos de relaxamento, de bem-estar e de descontração, facultando ao sistema imunológico da criança um tempo para agir e recuperá-la mais rapidamente das adversidades advindas com a hospitalização. |