Automedicação consiste no uso de medicamentos sem prescrição médica, onde o indivíduo doente utiliza um produto que acredita que lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. Segundo a ABIF, cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas dessa prática no Brasil. Diante disso, existe a preocupação quanto aos efeitos dos medicamentos, pois seus mecanismos de ação podem atingir os vários sistemas orgânicos, podendo culminar em efeitos indesejáveis ao paciente. O objetivo desse estudo foi determinar a prevalência de adolescentes que praticam a automedicação, estabelecendo uma análise comparativa entre os estudantes de estabelecimentos de ensino públicos e privados. Esse estudo, realizado em julho de 2007, possui caráter descritivo e abordagem quantitativa. Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário semi-estruturado a 75 adolescentes residentes no município de Crato/Ce. 62% dos adolescentes pertencia ao sexo feminino. A faixa etária dos entrevistados situava-se entre 13 e 17 anos. No âmbito escolar, 59 % pertenciam a instituições públicas e os 41 % restantes, a privadas. Todos os adolescentes relataram ter praticado a automedicação no mínimo uma vez na vida. 86 % afirmaram terem se automedicado nos últimos três meses, sendo 52 % destes provenientes de escolas públicas e 48 % de escolas privadas. Conclui-se, portanto, que o índice de automedicação em adolescentes é alto. Comparando-se os estudantes de escolas públicas e de privadas, foi observado que as taxas de automedicação não apresentam diferença expressiva, indicando que, apesar de haver uma divergência em nível de ensino desses adolescentes, eles aderem a esta prática com a mesma freqüência. Tendo em vista que a automedicação é um assunto preocupante, já que os medicamentos possuem diversos efeitos sobre o organismo, podendo causar várias conseqüências à saúde, torna-se necessária, então, a orientação da população jovem sobre os prováveis perigos que essa prática venha a oferecer. |