Foram analisadas as ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) desenvolvidas pelos enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município do Crato-CE aos portadores de doenças crônicas, bem como o conhecimento desses profissionais a respeito desta temática. A SAN representa o direito de todos os indivíduos ao acesso regular e permanente a uma alimentação adequada, que tenha como base, práticas alimentares promotoras de saúde. Dentre as suas vertentes encontra-se o desenvolvimento de ações de nutrição na Atenção Básica à Saúde para portadores de doenças crônicas não-transmissíveis, em particular os hipertensos e diabéticos, que são trabalhados no programa de saúde da família. Tratou-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa, desenvolvida no período de novembro de 2007 a maio de 2008 com todos os enfermeiros (n=27) das Equipes de Saúde da Família de Crato-CE. Utilizou-se para a obtenção dos dados uma entrevista estruturada e os dados foram analisados por tabulação marginal. Verificou-se que apenas 33,3% dos entrevistados conheciam sobre SAN e que dentre todos, 48,1% desenvolviam atividades de SAN além das orientações dietéticas. Todos os profissionais referiram dificuldades para o não desenvolvimento dessas atividades, destacando-se: a questão sócio-econômica e cultural dos pacientes, a falta de tempo e/ou capacitação dos enfermeiros e a ausência de um nutricionista na equipe. Concluiu-se que o conhecimento dos enfermeiros da ESF sobre SAN é insatisfatório para implementarem ações profícuas e de forma consistente para o tratamento dos portadores de doenças crônicas, pois necessitam de acompanhamento que ultrapassem as consultas que determinam apenas o que pode ou não ser consumido – orientação dietética, sendo interessantes atividades que incluam educação em saúde, formação de grupos terapêuticos ou outras estratégias que possibilitem maior integração entre profissionais e clientes durante o tratamento não medicamentoso. |