A Reforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão que busca a sustentação teórica que possa afirmar uma concepção de comunicação, atendida como um processo, que admite uma atitude do profissional em enfermagem mais flexível e tolerante com as diferenças individuais. Para se compreender o fenômeno das políticas de saúde mental, como muitos outros fenômenos, fazem-se necessário a compreensão do contexto onde o objeto em estudo está inserido. Dessa forma, é preciso olhar para a sociedade como um todo, visando identificar como e para que surgem as políticas de saúde mental. Notemos que os fatores histórico-sociais influenciam diretamente nas políticas conceituais e concretas da saúde mental; e neste caso, é de fundamental importância a figura do médico e do profissional de enfermagem que, ao mesmo tempo cuida e faz sofrer o paciente, paradoxalmente. Isso acontecia e acontece pelo simples, porém determinante fator, de que muitos profissionais da enfermagem e outras categorias não tinham e nem têm a capacidade de enxergar-se e definir-se como parte desse complexo teorema social. Pois, é preciso compreender que para o Estado, o doente mental constitui-se de um problema duplo por ser um obstáculo ao crescimento econômico, ou seja, não produz, e que, além disto, demanda também em prejuízo financeiro por necessitar de tratamento. Na formação profissional do enfermeiro exige uma constante leitura reflexiva da vida comunitária para alavancar o processo de efetiva reinserção social dos portadores de transtornos mentais em nossa sociedade. |