Objetivo: Descrever o comportamento da Leishmaniose visceral (LV) no município de Três Lagoas - MS, no período de 2000 a 2008. Referencial teórico: Em 1999 foi detectada no município a presença do vetor Lutzomyia longipalpis e também identificados os primeiros cães soropositivos. Em 2000 a notificação dos primeiros casos humanos. No período de 2001 a 2006 a Região Centro-oeste notificou 680 (15%) casos de LV, do total de casos no Brasil. Metodologia: Análise de dados secundários do SINAN obtidos junto a Secretaria Municipal de Saúde. Resultados: Foram confirmados 315 casos no período analisado, sendo (n=2) em 2000, (n=25) em 2001, (n=118) em 2002, (n=26) em 2003, (n=41) em 2004, (n=24) em 2005, (n=30) em 2006, (n=38) em 2007 e (n=11) no 1º trimestre de 2008. A taxa de incidência no período foi de 3,62/1000 habitantes, com variação anual de 2,29 a 135,45/1000 habitantes. A taxa de letalidade variou de 5,8 a 50% em 2002 e 2000 respectivamente, porém o ano com maior número de óbitos foi 2004 (n=7). Similar a dados encontrados na literatura, os casos da doença predominaram entre o sexo masculino, sendo as crianças de 1 a 4 anos as mais acometidas seguidas por adultos de 35 a 49 anos. O pico da epidemia foi em 2002 com 118 casos e 6 óbitos e também com o maior número de casos entre crianças de 0 a 4 anos. Principais manifestações clínicas observadas: febre (95,11%), aumento de baço (74,81%) e também o emagrecimento/fraqueza (68,79%). Conclusão: Os dados encontrados sugerem área endêmico-epidêmica para LV e que as estratégias de controle adotadas até o momento não foram suficientes para diminuição significativa da doença. Em Três Lagoas a expansão da área urbana e o desmatamento estão interferindo no ecossistema e pode influenciar favoravelmente na manutenção e transmissão da LV. Outros fatores que contribuem são o crescimento e a dispersão da Lutzomyia longipalpis e o encontro de cães domésticos infectados em toda a área urbana. |