A incidência de sepse vem aumentando nas últimas duas décadas. Quase um terço dos pacientes de UTIs ou já chegam com sepse ou a desenvolvem quando lá permanecem. No mundo, a sepse mata mais que a AIDS, o câncer de mama e tanto quanto o infarto. No Brasil é responsável por 70 mil internações ao ano (MACIEL & ROCHA, 2004). O presente trabalho tem como objetivo classificar o grau de disfunções orgânicas em pacientes com sepse internados em uma UTI de adultos de um Hospital de Grande Porte da Cidade do Recife. O estudo foi do tipo descritivo e exploratório de corte transversal, caracterizando-se como estudo de série de casos, onde a amostra foi avaliada em dois momentos distintos. O primeiro, no momento do diagnóstico de sepse e o segundo, na saída da UTI. A abordagem desenvolvida na fase avaliativa deste estudo foi do tipo quantitativa. Como resultados encontrou-se uma amostra composta por quinze pacientes, os quais tiveram uma freqüência maior do sexo masculino (11), e 4 casos do sexo feminino. Quanto à idade, verifica-se uma maior prevalência na faixa etária de 15 a 35 anos (8 casos), seguida da faixa etária de 56 a 65 anos (4 casos). Observa-se um elevado número de procedimentos invasivos, presentes em todos os casos estudados, com uma média de 8,4 procedimentos/paciente. O tempo médio de permanência na UTI foi de 29,7 dias. Para classificação do grau de disfunções orgânicas foram atribuídos números de 0 (sem disfunção) a 4 (disfunção mais grave ou maior grau), obedecendo aos critérios descritos no SOFA (Sequential Organ Failure Assessment). Por tudo isso, pode-se inferir destes resultados que a mortalidade está diretamente ligada ao número e grau de sistemas acometidos por falência orgânica, conforme observado nos pacientes com desfecho em óbito. As considerações apresentadas devem direcionar as ações da equipe de saúde no sentido de prevenir a progressão das disfunções em pacientes com sepse, bem como evitar o surgimento de outras complicações. |