A dengue tem alcançado extensão e gravidade cada vez maiores, deixando em muitas áreas de ser endêmica para tornar-se epidêmica. Além do clima quente e úmido do país, fatores como as condições sócio-econômicas da população, má estrutura da rede de saneamento básico e a falta de cooperação e baixo envolvimento de algumas comunidades, por não reconhecerem a importância de seu papel ou simplesmente por não transformarem em ação esse conhecimento, continuam a colocar em risco a saúde da população. Esse trabalho visa relatar a experiência no controle do dengue através de medidas educativas que gerem menor impacto sobre o meio ambiente. Trata-se de uma pesquisa-ação realizada durante o primeiro semestre de 2006 no município de Crato-CE. Selecionou-se o bairro com maior índice de infestação predial, onde foram desenvolvidas visitas domiciliares informando a situação de saúde-doença a que esses moradores estavam expostos e sugeridos métodos de extermínio e prevenção de focos do mosquito vetor. Nos domicílios visitados, notou-se desinteresse pelo tema, apesar da identificação de focos do mosquito transmissor. As situações para existência do vetor foram: a irregularidade da distribuição de água e o acúmulo de lixo nas ruas, não parecendo haver auto-responsabilização pela presença dos focos domiciliares do vetor. A maior presença de focos do mosquito ocorre na área domiciliar e peri-domiciliar, o que torna cada membro da comunidade um potencial protagonista no controle do dengue. O papel de cada morador não se resume a manutenção de um ambiente domiciliar inóspito ao Aedes aegypti, mas o conhecimento de seu direito de ter saneamento básico, coleta de lixo regular e outros fatores de promoção da saúde. O profissional da saúde deve desenvolver formas de atrair a atenção da população, promover mudanças pela transmissão de conhecimentos e mostrar-se co-autor das transformações. |